EDITORIAL
Resumo
Apresentamos, inicialmente, algumas cenas que compõem nosso cotidiano e que nos envolvem de algum modo. Tristes recortes de um dia a dia que insiste em vingar como tragédia. Nosso objetivo é chamar a atenção para o contexto e as condições em que estamos escrevendo essas reflexões, bem como o contexto e condições de muitos autores e autoras que participaram tão gentilmente deste dossiê, intitulado “Infâncias e pesquisas: problematizações epistemológicas, metodológicas e éticas”. Saber em qual tempo e condições produzimos nossos pensamentos, como concebemos o mundo e o que nele se passa é fundamental para garantir uma justa leitura de seus conteúdos. Importa, e muito, afirmar este período em que buscamos refletir sobre metodologias de pesquisas com e sobre crianças, tema tão importante quanto é pensar sobre as condições em que nossas pesquisas e todos e todas nos encontramos, em que as desigualdades e as injustiças sociais[1] tornaram-se ainda mais evidentes pelo contexto da pandemia[2] iniciada em 2020 e que se prolonga até os dias de hoje, quando se dá a escrita e publicação deste dossiê, e os possíveis impactos na produção de temáticas e investigações voltadas às crianças.
[1] Para aprofundamento das discussões relacionadas à essa temática, recomenda-se a leitura dos artigos publicados no dossiê “Perspectivas para pensar as cidades: infâncias, educação, democracia e justiça” (GOBBI e ANJOS, 2020).
[2] Muitas produções escritas - dentre outras modalidades - sobre infâncias, Educação infantil e pandemia tem sido publicadas durante o percurso de organização desse dossiê, dentre as quais, podemos destacar: Dossiês especiais “As crianças e suas infâncias em tempos de pandemia” (SANTOS e SARAIVA, 2020) e “Educação Infantil em tempos de pandemia” (ANJOS e PEREIRA, 2021) e os livros digitais “Coletivos, mulheres e crianças em movimentos: na pandemia, do podcast ao livro (GOBBI e PITO, 2021) e o Caderno de Direitos - Retorno à creche e à escola: Direitos das crianças, suas famílias e suas/seus educadoras/es - gestoras/es, professoras/es e funcionárias/os (MELLO, NEGREIROS e ANJOS, 2020).
Referências
COUTINHO, Ângela Scalabrin. Os novos estudos sociais da infância e a pesquisa com crianças bem pequenas. Revista Educativa, Goiânia, v. 19, n. 1, p. 762-773, set./dez. 2016.
GOBBI, Marcia Aparecida.; ANJOS, Cleriston Izidro dos. Dossiê temático “Perspectivas para pensar as cidades: infâncias, educação, democracia e justiça”. Práxis Educacional, [S. l.], v. 16, n. 40, p. 13-24, 2020. DOI: https://doi.org/10.22481/praxisedu.v16i40.6986. Disponível: https://periodicos2.uesb.br/index.php/praxis/article/view/6986.
GOBBI, Marcia Aparecida.; PITO, Juliana Diamente. Coletivos, mulheres e crianças em movimentos: na pandemia, do podcast ao livro. São Paulo: FEUSP, 2021. DOI: 10.11606/9786587047133. Disponível: https://doi.org/10.11606/9786587047133.
MELLO, Ana Maria; NEGREIROS, Fauston; ANJOS, Cleriston Izidro dos (Orgs.). Caderno de Direitos - Retorno à creche e à escola: Direitos das crianças, suas famílias e suas/seus educadoras/es - gestoras/es, professoras/es e funcionárias/os. Piauí: EDUFPI / FRENTE NORDESTE CRIANÇA, 2020. Disponível: https://www.ufpi.br/arquivos_download/arquivos/Caderno_Direitos_-_EDULPI_com_ISBN20200725103619.pdf.
ROSEMBERG, Fúlvia. Educação: para quem? Ciência e cultura, 28 (12), 1976.
SANTOS, Solange Estanislau dos.; ANJOS, Cleriston Izidro dos; FARIA, Ana Lúcia Goulart de. A criança das pesquisas, a criança nas pesquisas... A criança faz pesquisa?. Práxis Educacional, [S. l.], v. 13, n. 25, p. 158-175, 2017. DOI: https://doi.org/10.22481/praxis.v13i25.958 . Disponível: https://periodicos2.uesb.br/index.php/praxis/article/view/958.
SANTOS, Solange Estanislau dos; SARAIVA, Marina Rebeca de Oliveira. O ano que não tem fim: as crianças e suas infâncias em tempos de pandemia. Zero-a-Seis, Florianópolis, v. 22, n. Especial, p. 1177-1187, dez./dez., 2020. Disponível: https://doi.org/10.5007/1980-4512.2020v22nespp1177.
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