PARA ALÉM DOS LIMITES ENTRE O PRIVADO E O PÚBLICO: O FEMININO COMO TRANSGRESSÃO DE FRONTEIRA NA OBRA EL LABERINTO DE LOS ESPÍRITUS, DE CARLOS RUIZ ZAFÓN

Palavras-chave: Crítica Feminista. Espaços Simbólicos. Personagem Feminina. Carlos Ruiz Zafón.

Resumo

A condição da mulher esteve historicamente marcada pelo status de Outro inferiorizado em relação ao masculino. Tal imaginário faz com que o feminino se encontre fortemente vinculado à ideia de fronteira e de transgressão de limites físicos e simbólicos. O escritor Carlos Ruiz Zafón, em sua obra El laberinto de los espíritus, nos apresenta Alicia, personagem que opera essa subversão das fronteiras entre os espaços masculino e feminino, sobressaindo, por sua determinação e empenho, em um mundo no qual os homens imperam. Assim, no presente artigo, buscaremos apontar e discutir os aspectos que dão, às atitudes de Alicia, as marcas de uma transgressão dos limites físicos e simbólicos que separam e hierarquizam o masculino e o feminino. Para tanto, nos valeremos do aporte teórico da crítica feminista de Simone de Beauvoir (2009), Sherry Ortner (1979), Elaine Showalter (1994), Rita Terezinha Schmidt (2017), Lucia Guerra (2006), dentre outras.

Biografia do Autor

Viviane da Silva Dutra, Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC)

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC).

Rafael Eisinger Guimarães, Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC)

Doutor em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Docente do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC).

Referências

BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo. 2. ed. Tradução de Sérgio Millet. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.

GUERRA, Lucía. La mujer fragmentada: historias de un signo. 3. ed. Santiago de Chile: Editorial Cuarto Propio, 2006.

LAGARDE, Marcela. Género y Feminismo: desarrollo humano y democracia. 2. ed. Madrid: Horas y Horas Editorial, 1997.

MUSZKAT, Malvina. A mulher em busca de sua identidade. In: SEABRA, Zelita; MUSZKAT, Malvina. Identidade feminina. Petrópolis, RJ: Vozes, 1985.

ORTNER, Sherry B. Está a mulher para o homem assim como a natureza para a cultura? In: ROSALDO, Michelle Zimbalist; LAMPHERE, Louise. A mulher, a cultura e a sociedade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979, p. 95-120.

RUIZ ZAFÓN, Carlos. El laberinto de los espíritus. Barcelona: Planeta, 2016.

SHOWALTER, Elaine. A críitica feminista no território selvagem. In: HOLLANDA, Heloisa Buarque de (Org.). Tendências e impasses: o feminismo como crítica cultural. Rio de Janeiro: Rocco, 1994, p. 23-57.

SCHMIDT, Rita Terezinha. Descentramentos/Convergências: ensaios de crítica feminista. Porto Alegre: UFRGS, 2017.

VAITSMAN, Jeni. Gênero, identidade, casamento e família na sociedade contemporânea. In: PUPPIN, Andréa Brandão; MURARO, Rose Marie (Org.). Mulher, gênero e sociedade. Rio de Janeiro: Relume Dumaré; FAPERJ, 2001.

Publicado
2022-07-20