EDUCAÇÃO E DIFERENÇA: UMA EXPERIÊNCIA DOCENTE EM ARTES VISUAIS NA COMUNIDADE SURDA
Resumo
Este artigo é resultado de uma dissertação de mestrado que se propôs a pensar uma experiência docente em artes visuais com estudantes surdos em uma escola bilíngue. Procurou articular a educação atravessada pelos conceitos de diferença, experiência, território e linguagem, a partir de autores como Carlos Skliar (2014) Jorge Larrosa (2010), Gilles Deleuze e Félix Guattari (1996, 2011). Apresenta como problemática: Como escrever (com) a vida que pulsa em meio a experiência docente em artes visuais com estudantes surdos? Assim, as autoras operaram com a escrita biografemática como possibilidade metodológica de produzir pesquisa, método cunhado por Barthes (2003) que pensa a vida como a construção de um texto, isso porque a pesquisa não objetiva narrar uma história roteirizada, mas apresentar a vida em sua imanência. Como materialidades da investigação foram acionadas memórias de lugares vividos na infância, a produção de biografemas em um diário visual e a composição fotográfica de imagens do processo. Concluímos que ao invés de dominar uma língua é preciso flertar com outra, inventar e trapacear, aceitar outras formas de escrita, ignorar todas aquelas normas aprendidas em prol de uma simples comunicação, livre de preconceitos ou da postura de dominação.
Referências
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