OS GRITOS DE DOR IGNORADOS PELO MUNDO

Palavras-chave: Mutilação Genital Feminina. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Universalismo e Relativismo dos Direitos Humanos. Direito Internacional. Direitos Humanos das Mulheres.

Resumo

O presente artigo trata da primitiva prática de mutilação genital feminina realizada em vários países do mundo em pleno século XXI, em tempos reconhecidos por sua modernidade cibernética globalizada, no qual o homem planeja criar escudo magnético protetor para tornar Marte um planeta habitável, ao mesmo tempo que assiste pacificamente a essa prática medieval de atentado contra a dignidade e direitos humanos de mulheres e meninas. Segundo a ONU, em torno de 200 milhões de mulheres já foram submetidas a esse procedimento e estima-se que outras 68 milhões poderão ser mutiladas até 2030, em que pese os termos da Declaração Universal de Direitos Humanos, reconhecidamente um marco inaugural na internacionalização dos direitos humanos. O trabalho propõe realizar uma discussão sobre a universalidade ou relativismo dos direitos da pessoa humana e o verdadeiro alcance da legislação de proteção internacional na proteção dos direitos humanos das mulheres.

Biografia do Autor

Lindinalva Correia Rodrigues, Universidade Federal de Mato Grosso

Mestranda em Direitos Humanos e Fundamentais, Universidade Federal de Mato Grosso.

Vládia Maria de Moura Soares, UFRGS

Pós-Doutoranda pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

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Publicado
2020-11-24
Seção
Artigos