Educação Sexual na escola: inovação curricular ou repressão das sexualidades
Resumo
O artigo apresentado ambiciona uma abordagem histórica, assim como, paralelamente a atuação da sociedade civil organizada, na construção das políticas públicas que concernem à educação sexual no currículo escolar no Brasil. Para tal ambição nossa análise se orienta em um debate sobre as iniciativas européias no final do século dezoito, em países como: França e Suécia, e posteriormente, as adjacências desses debates acerca da educação da sexualidade no Brasil, a partir do século vinte com as iniciativas médicas e higienistas. Somos enveredados a observar um corpo teórico que evidencie, não somente os aspectos normativos da educação sexual, mas também a influência e aplicabilidade de leis que impulsionam currículos pertinentes aos debates em educação sexual no escopo das disciplinas da educação básica, nesse sentido, o corpo teórico é reduzido em caráter quantitativo, porém não qualitativo. Nossa problemática principal nessa conexão: norma e currículo é a reflexão sobre a dimensão foucaultiana da produção de sentidos em duas esferas organizacionais da educação básica, a saber: a normativa e a curricular. Assim, podemos verificar ao longo de nosso debate que a sexualidade, desde seus desdobramentos teóricos e médicos, a rigor iniciados no final do século dezoito é, impreterivelmente, discutida em suas características reprodutivas e preventivas, ou seja, na prevenção de gravidez em mulheres com minoridade penal, assim como, na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. Não excluímos essas duas premissas do mote de debates da educação sexual, todavia presumimos, em caráter conclusivo que: a educação sexual em sua condição imanente à existência humana exige discussão, sobretudo no âmbito escolar, de sentidos que abarquem a construção social e cultural das pluralidades sexuais, orientamos nossa reflexão sobre esse prisma axiomático, na medida em que, observamos a incidência ainda hedionda da violência contra à mulher, a lesbofobia, homofobia, e transfobia, violências deveríamos relacionar com o processo formativo educacional de nossas alunas e alunos.
Referências
AQUINO, J. G. Sexualidade na Escola. São Paulo: Summus. 1997
BARROSO, C; BRUSCHINI, C. Sexo e Juventude: como discutir a sexualidade em casa e na escola, São Paulo: Cortez. 2002.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. MEC/SEF, Brasília. 1997.
BRASIL. Leis de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB), Brasília. 1996.
BUTLER, J. Fundamentos contingentes: o feminismo e a questão do pós-modernismo. In: Cadernos Pagu, n. 11, p. 11-42, 1998. Tradução de Pedro Maia Soares para versão do artigo: Contingent Foundations: Feminism and the Question of Postmodernism, no Greater Philadelphia Philosophy Consortium. 1990.
GUIMARÃES, I. Educação Sexual na escola: mito e realidade. São Paulo, Mercado de Letras. 1995.
HARAWAY, D. Manifesto do Ciborgue. In: SILVA, T. T. Antropologia do ciborgue: as vertigens do pós-humano. Belo Horizonte, Autêntica. 2009.
HARVEY, D. Condição pós-moderna. São Paulo, Loyola. 2002.
LOURO, G. L. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. Rio de Janeiro, Vozes. 1997.
NUNES, C. A; SILVA, E. A educação sexual da criança. Campinas, Autores Associados. 2000.
NUNES, C. A. Desvendando a sexualidade. Campinas, Papirus. 1997.
SILVA, T. T. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte, Autêntica. 1999.
SUPLICY, M. Conversando sobre sexo. Rio de Janeiro,Vozes. 1994.
SUPLICY, M. Sexo se aprende na escola. São Paulo, Olho d'Água. 1998.
WORTMANN, M. L. C; VEIGA-NETO, A. Estudos Culturais da Ciência e Educação. Belo Horizonte, Autêntica. 2001.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).