TRABALHO PRECÁRIO FEMININO NAS FACÇÕES TÊXTEIS: UMA LEITURA-CRÍTICA DO CURTA-METRAGEM TRABALHO PRECÁRIO, PRODUÇÃO DE LUXO (2015), DE IDALINA VINUTO
Résumé
Este artigo apresenta uma leitura crítica do curta-metragem Trabalho Precário, Produção de Luxo (2015), de Idalina Vinuto, que relata a rotina da trabalhadora informal Francisca, costureira que presta serviços para indústrias têxteis. O trabalho tem como aporte teórico textos sobre temas da precarização do trabalho (ANTUNES, 2014, 2020; ARAÚJO, LOMBARDI, 2013; ARAÚJO; MORAIS, 2017; RAMOS, 2002), da divisão sexual do trabalho (HIRATA; KERGOAT, 2007; HIRATA, 2001; NEVES, 2013), do trabalho das facções (KROST, 2015; KROST; BRANDÃO, 2017; ARAÚJO, CORTELETTI, BEZERRA, 2020) e a materialidade fílmica. Trata-se de um trabalho que parte de uma pesquisa bibliográfica-documental, com abordagem qualitativa. Na leitura-crítica do filme, é possível observar que há a precarização do trabalho feminino, dada pelo processo de terceirização dos serviços, gerando consequências o bem-estar de Francisca e sua família, atrelado ainda à divisão sexual do trabalho, que sugere a mulher a responsável pelas tarefas domésticas, mesmo quando exerce um trabalho produtivo.
Références
ANTUNES, R. Trabalho intermitente e uberização do trabalho no limar da Indústria 4.0. In: ANTUNES, Ricardo (org.). Uberização, trabalho digital e indústria 4.0. São Paulo: Boitempo, 2020.
ARAÚJO, A. LOMBARDI, M. Trabalho informal, gênero e raça no brasil do início do século XXI. Cadernos de Pesquisa, Campinas – SP. v.43 n.149 p. 452-477, 2013. Disponível em: em: https://www.scielo.br/j/cp/a/SMHftPrryhLfxQKBftZBQWz/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 11 jul. 2022.
ARAÚJO, M. R. M. de; MORAIS, K. R. S. de. Precarização do trabalho e o processo de derrocada do trabalhador. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, São Cristóvão, SE, [S. l.], v. 20, n. 1, p. 1-13, 2017. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/149091. Acesso em: 08 out. 2022.
ARAÚJO et al. Relações de trabalho e desigualdades de gênero na indústria têxtil e de confecções do nordeste. Caderno CRH, [S. l.], v. 33, p. e020030, 2020. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/crh/article/view/38029. Acesso em: 19 dez. 2022.
GODOY, A. Pesquisa qualitativa: tipos fundamentais. Revista de administração de empresas, São Paulo, v. 35, n. 2, p. 20-29, 1995.
HIRATA, H. Globalização e divisão sexual do trabalho. Cadernos Pagu, Campinas, v. 17/18, n. 02, p. 139-155, 2001. Disponível em: https://www.scielo.br/j/cpa/a/PcsfvS6CPpgQRZLRmdTzgxL/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 19 out. 2021.
HIRATA, H.; KERGOAT, D. Novas configurações da divisão sexual do trabalho. Cadernos de Pesquisa, p. 559-604, 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/j/cp/a/cCztcWVvvtWGDvFqRmdsBWQ/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 11 jul. 2022.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Mulheres continuam a cuidar mais de pessoas e afazeres domésticos que homens. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/20912-mulheres-continuam-a-cuidar-mais-de-pessoas-e-afazeresdomesticos-que-homens.html Acessado em: 06 ago. 2022.
KROST, O. O trabalho em "facções" do ramo têxtil/vestuário em Blumenau/SC: um estudo de caso sobre saúde e adoecimento. Justiça do trabalho, Porto Alegre, ano 32, n. 382, p. 78-87, out. 2015. Disponível em: https://juslaboris.tst.jus.br/handle/20.500.12178/190666. Acesso em: 27 nov. 2022.
KROST, O.; BRANDÃO, L. A precarização das condições de trabalho em “facções” do ramo têxtil/vestuário em Blumenau/SC: a face oculta da reestruturação produtiva. DRd - Desenvolvimento Regional em debate, [S. l.], v. 7, n. 1, p. 164–180, 2017. DOI: 10.24302/drd. v1i1.1398. Disponível em: http://www.periodicos.unc.br/index.php/drd/article/view/1398. Acesso em: 22 jan. 2023.
LIMA et al. Mercado de trabalho e gênero: desigualdade e estereótipos. Caderno de Graduação - Ciências Biológicas e da Saúde - UNIT - SERGIPE, [S. l.], v. 6, n. 3, p. 85, 2021. Disponível em: https://periodicos.set.edu.br/cadernobiologicas/article/view/9566. Acesso em: 29 jan. 2023.
NEVES, M. Anotações sobre trabalho e gênero. Cadernos de pesquisa, São Paulo, v. 43, n. 149, p. 404-421, 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/j/cp/a/5c6jtJQ7sLPTwQzHcBGc7pL/abstract/?lang=pt. Acesso em: 19 out. 2021.
RAMOS, L. R. A. INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA – IPEA. A Evolução da informalidade no Brasil metropolitano: 1991-2001. Rio de Janeiro, 2002. Disponível em: http://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/2804. Acesso em: 09 out. 2022.
SAFFIOTI, H. O poder do macho. São Paulo: Moderna, 1987.
SALVARO, G.; MARIANO, P. Saúde mental de trabalhadoras em estudo: contribuições ao debate de gênero. Psicologia em Estudo [online]. 2021, v. 26. Disponível em: https://doi.org/10.4025/psicolestud.v26i0.44059. Acesso em: 30 out. 2022.
TOSTA, T. Antigas e novas formas de precarização do trabalho: o avanço da flexibilização entre profissionais de alta escolaridade. Soc. estado., Brasília, v. 23, n. 3, p. 786-788, 2008. Disponível em:
TRABALHO PRECÁRIO, PRODUÇÃO DE LUXO. Direção Idalina Vinuto: Brasil, 2015. 16 minutos, 35 segundos. Curta-metragem documental (colorido). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=msfDFm6sLdc&t=7s. Acesso em: 25 set. 2022.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).
