A EDUCAÇÃO FEMININA NO MARANHÃO IMPERIAL: A INFÂNCIA DAS MENINAS NO ASILO SANTA TERESA (1850-1870)

Résumé

O artigo objetiva apresentar dados de uma pesquisa monográfica sobre a infância vivenciada pelas meninas asiladas no Asilo de Santa Teresa no Maranhão, entre os anos de 1850 a 1870, buscando identificar a dinâmica estrutural e organizacional, normas e discursos institucionais, bem como explicitar as relações e a formação educativa estabelecidas dentro da Instituição. Dessa maneira, buscamos compreender as relações de poder que se construíam no cotidiano e nas atividades de mulheres que viviam em um espaço de reclusão, que determinava a disciplina de seus atos e de seus corpos, objetivando levá-las a um processo de aceitação de uma educação previamente estabelecida para as que ali estavam recolhidas. Com a intenção de tornar visíveis as histórias silenciadas das meninas e mulheres, cujos nomes foram esquecidos ou apagados dentro deste contexto abordado, utilizou-se como metodologia da pesquisa a análise documental de relatórios dos presidentes da Província, jornais e estatuto da instituição, a fim de explorar o contexto maranhense, a história da educação feminina e o funcionamento do Asilo de Santa Teresa. Assim como contribuições teóricas, principalmente no campo da História das Mulheres e da Infância, tem-se: Abrantes (2004), Almeida (2007), Besse (1999), Castro (2014), D´incao (2000), Foucault (2004) e Rizzini e Rizzini (2004). Com os resultados desse trabalho foi possível compreender as intenções políticas das instituições educativas no Maranhão imperial, especificamente para as meninas que, pela reclusão e pelo asilamento, estavam submetidas ao patriarcado atuante na administração pública.