A REPRESENTAÇÃO DO NEGRO ESCRAVO NA NARRATIVA ÚRSULA, DE MARIA FIRMINA DOS REIS
Résumé
O presente trabalho é uma análise da relação literatura e história social na obra Úrsula, da escritora Maria Firmina dos Reis, observando sua atitude política ao denunciar a escravidão negra no Brasil do século XIX como resultado do fenômeno da diáspora africana. O negro na literatura brasileira, produzida antes do século XIX, sempre foi estereotipado, retratado como exótico, desumanizado, inferiorizado. Já em Úrsula, mesmo inserido no tempo e espaço do período colonial brasileiro, onde predominava o racismo e a violência do regime escravocrata, a autora elege a figura do negro com uma conotação positiva, virtuosa, que contraria os estereótipos construídos durante o processo colonial ao qual foi submetido. Maria Firmina dos Reis promove uma inversão desses valores, ao projetar esses personagens para o plano do protagonismo. Para a pesquisa nos embasamos em Freyre (2003), Ribeiro (1995), Oliveira (2007), Césarie (1978), Fanon (2002), Nascimento (2009), entre outros.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).