MARIA-ISABEL E ARROZ CIRIGADO: ANÁLISE DIALETOLÓGICA NO CAMPO DA ALIMENTAÇÃO NO TOCANTINS-TO

Résumé

A partir de dados que Silva (2018) coletou para o Atlas Linguístico Topodinâmico e Topoestático do Estado do Tocantins (ALiTTETO), propomos uma abordagem dialetológica pluridimensional (THUN,1998) sobre o uso das formas alimentares comumente conhecidas como  “Maria-Isabel” entre falantes de 12 localidade. Para tanto, reconstituímos o percurso da Dialetologia no Brasil e relacionamos cultura, sociedade e linguagem nos falares sobre itens de alimentação no território tocantinense. Em seguida, expomos os dados que Silva (2018) coletou junto a 96 informantes distribuídos por faixa etária, sexo e tipo de mobilidade nas  localidades do Tocantins, sobretudo aos relacionados a seguinte  questão: “Como se chama a comida feita com arroz, junto com carne de sol, cortada em tiras?”. A partir dos resultados, comparamos as variantes “Maria-Isabel”, “Arroz cirigado” e “Arroz-carreteiro”, constatando a maior recorrência da primeira. Finalizamos com hipóteses nas dimensões interindividuais para os prováveis usos e seus respectivos índices quantitativos e qualitativos.

Bibliographies de l'auteur

Cassiane Oliveira de Souza Gomes, Universidade Federal do Tocantins (UFT)

Mestranda em Letras pela Universidade Federal do Tocantins (UFT). Especialista pelo Instituto Prominas em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira. Licenciada em Letras com habilitação em Português e Inglês pela Universidade Estadual de Goiás. 

Joelma Pereira Cruz dos Santos, Universidade Federal do Tocantins (UFT)

Mestranda em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela Universidade Federal do Tocantins (UFT). Graduada em Letras pela Universidade Federal do Tocantins (UFT). Professora de Língua Portuguesa e Redação no Colégio Militar do Tocantins - Unidade II (Palmas-TO).

 

Greize Alves da Silva, Universidade Federal do Tocantins (UFT)

Doutora em Estudos da Linguagem pela Universidade Estadual de Londrina. Professora do curso de Letras e do Programa de Pós-graduação em Letras da Fundação Universidade Federal do Tocantins, campus de Porto Nacional. Autora do Atlas Linguístico Topodinâmico e Topoestático do Estado do Tocantins (ALiTTETO). Coordena o Projeto “Falares do Tocantins: plurivarietalidade dialetal e contexto migratório”.

Références

ARBUÉS, Margareth Pereira. A migração e a construção de uma (nova) identidade regional: Gurupi (1958-1988). Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em História. Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 1995.

CARDOSO, Suzana Alice Marcelino. Geolinguística: tradição e modernidade. São Paulo: Parábola, 2010.


CARDOSO, Suzana Alice Marcelino. A dialectologia no Brasil: perspectivas. Universidade Federal da Bahia: D.E.L.T.A, Vol. 15. N. especial, 1999.

CARNEIRO, Henrique. Comida e Sociedade: Significados sociais na história da alimentação. História: Questões & Debates, Curitiba, n. 42, p. 71-80, 2005. Editora UFPR.

CASCUDO, Luís da Câmara. História da alimentação no Brasil. 4 ed. São Paulo: Global, 2011.

CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do folclore brasileiro. 6. ed. Belo Horizonte, Itatiaia; São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1988.

CASCUDO, Luís da Câmara. História da alimentação no Brasil. São Paulo: Editora Nacional, 1968.

CAVALCANTE, Maria do Espírito Santo Rosa. O discurso autonomista do Tocantins. Goiânia: UCG, 2003.

COSERIU, Eugênio. A geografia linguística. In: ___. O homem e sua linguagem. 2. ed. Rio de Janeiro: Presença, 1987. p. 79-116.
CUBA, Marigilda Antônio. Atlas Linguístico Topodinâmico do Território Incaracterístico. Tese (Doutorado em Estudos da Linguagem). Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2015.

DIÉGUES JR., Manuel. Etnias e culturas no Brasil. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, 1980.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.

FERREIRA. Sofia Nogueira. Mobilidade espacial da população sulista para as mesorregiões selecionadas do extremo oeste da Bahia, sul e oeste do Maranhão, sudoeste do Piauí e oriental do Tocantins e as novas dinâmicas territoriais. Trabalho de Conclusão de Curso. Instituto de Geociências. Departamento de Geografia. Campinas, SP: UNICAMP, 2015.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/to/panorama. Acesso em: 25 de fevereiro 2021.

NASCENTES, Antenor. O linguajar carioca. Rio de Janeiro: Organização Simões, 1953.

PALACÍN, Luís; MORAES, Maria Augusta Santana. História de Goiás. Goiânia: UCG, 1989.

ROMANO, Valter Pereira.; SEABRA, Rodrigo; OLIVEIRA, Natan. [SGVCLin] – Software para geração e visualização de cartas linguísticas. RELIN: Revista de Estudos da Linguagem, Belo Horizonte, v. 22, n. 1, p. 119-151, 2014. Disponível em: . Acesso em março de 2021.

SANTOS, Edgar Oliveira; LOIOLA, Edney; SANTOS, Sônia Oliveira. Migrações internas e desenvolvimento regional no Meio Norte brasileiro. In: Revista Brasileira de Desenvolvimento Regional, BLUMENAU, 5 (1), p. 69-92, 2017.

SILVA, Greize Alves da. Atlas Linguístico Topodinâmico e Topoestático do Estado do Tocantins (ALiTTETO). 2018. 2v. Tese (Doutorado em Estudos da Linguagem). Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2018.
THUN, Harald. La geolingüística como lingüística variacional general (con ejemplos del Atlas lingüístico Diatópico y Diastrático del Uruguay). In: INTERNATIONAL CONGRESS O ROMANCE LINGUISTICS AND PHILOLOGY (21.: 1995: Palermo). Atti del XXI Congresso Internazionale di Linguistica e Filologia Romanza. (Orgs). Giovanni Ruffino. Tübingen: Niemeyer, 1998. v. 5, p. 701-729, incluindo resumo dos tópicos principais da seção 5, p. 787-789.

VENY, Joan. Introducción a la Dialectologia catalana. Barcelona: Biblioteca Universitária, 1986.

YIDA, Vanessa. O campo semântico da Alimentação e Cozinha no Atlas Linguístico do Brasil (ALiB): um estudo lexical nas capitais. 2011. 191p. Dissertação (Mestrado em Estudos da Linguagem) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2011.
Publiée
2022-09-28