DEAMBULAÇÕES DE ALFREDO EM BELÉM DO GRÃO PARÁ: A CIDADE AMAZÔNICA MODERNA DESVELADA PELOS OLHARES DE UM FLÂNEUR
Résumé
O presente trabalho traz uma análise da obra Belém do Grão Pará (1960), primeiro romance urbano de Dalcídio Jurandir, componente do Ciclo Extremo Norte, a fim de mostrar uma cidade revelada pelos olhos de um flâneur, caracterizado por Alfredo, protagonista do romance. A obra de Dalcídio mostra os conflitos que vão muito além de problemas sociais locais causados pela decadência pós-borracha, mais que isso, conflitos que permeiam o próprio homem moderno, que diante das grandes mudanças tenta se encontrar. Alfredo – flâneur - em suas deambulações nos revela as circunstancias da modernidade na Amazônia. O seguinte trabalho foi pautado nos estudos de Walter Benjamin (2015), Antoine Compagnon (2014), entre outros, que nos permitem entender o complexo fenômeno da modernidade. Dalcídio não apenas encanta e desencanta uma região, ele mostra de maneira ímpar o homem em seus conflitos em meio social, e é isso que aproxima Alfredo à figura universal: o Flâneur.
Références
BAUDELAIRE, Charles. Sobre a modernidade [organizador Teixeira Coelho] — Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.
________ O pintor da vida Moderna. In: COELHO, Teixeira (org.). A modernidade de Baudelaire. Tradução de Suely Cassal. - Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.
BENJAMIN, Walter. Baudelaire e a modernidade; tradução e edição de João Barrento – Belo Horizonte: Autêntica, 2015.
¬¬¬¬¬________ SOCIOLOGIA; Flávio R. Kothe (org.), 2º ed. – São Paulo: Editora Ática S.A. 1991.
¬¬¬¬________ Sobre alguns temas em Baudelaire. Nova Perspectiva - Vol. III, 1989, p. 103-137.
BERMAN, Marshall. Tudo o que é sólido se desmancha no ar. A aventura da modernidade. Tradução: Carlos Felipe Moisés, Ana Maria L. Ioriatti e Marcelo Macca – São Paulo: Editora Schwarcz LTDA, 1986. Disponível em: http://groups.google.com.br/group/digitalsource
BOLLE, Wille. Belém, porta de entrada da Amazônia. In: CASTRO, Edna. Cidades na floresta – São Paulo: Annablume, 2009, p. 99 – 147.
COMPAGNON, Antoine. Os cinco paradoxos da Modernidade. Tradução de Cleonice P. Mourão, Consuelo F. Santiago e Eunice D. Galéry. 2º ed. - Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014.
FURTADO, Marli Tereza. Universo derruído e corrosão do herói em Dalcídio Jurandir. Doutorado (doutorado em Teoria Literária do Instituto de Estudos da Linguagem) Literatura Brasileira, Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Estudos da Linguagem (UNICAMP) - Campinas, SP: [s.n.], 2002.
FREIRE, José Alonso Torres. Entre construções e ruinas: uma leitura do espaço amazônico em romances de Dalcídio Jurandir e Milton Hatoum. Doutorado (doutorado em Literatura Brasileira) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo (UFSP) – São Paulo, 2006.
FRIEDRICH, Hugo. Estrutura da lírica moderna: da metade do século XIX a meados do século XX. – São Paulo: Duas cidades, 1978.
JURANDIR, Dalcídio. Belém do Grão Pará. 4º ed. – Belém: Marques Editora, 2016.
MENEZES, Marco Antônio de. Um flâneur perdido na metrópole do século XIX: História e Literatura em Baudelaire. Doutorado (doutorado em História) – Faculdade de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Federal do Paraná (UFPR) – Curitiba, 2004.
MÁRTYRES, Mayra Ferreira. FOTOGRAFIA E MEMÓRIA NA BELLE ÉPOQUE PARAENSE. IV Seminário Moda Documenta. I Congresso Internacional de Memória, Design e Moda - São Paulo, 2014.
OLIVEIRA, Schariza Pacheco Berny de. Conexões literárias da vida urbana: cidade e sujeito em Cecília Giannetti e Paloma Vidal. Mestrado (mestrado em Teoria Literária) - Faculdade de Letras da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2010.
PESSOA, Fernando. Poemas de Alberto Caeiro In: O guardador de Rebanhos. Lisboa: Ática; 10ºed., 1993. Disponível em: www.revistaprosaversoearte.com
SOUZA, Márcio. Amazônia e modernidade – Estudos avançados 16 (45), 2002, p. 31-36. Disponível em: https://www.revistas.usp.br acessado em 29/09/17 às 16h52min.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).
