REPERCUSSÕES CLÍNICAS RELACIONADAS À CONTRACEPÇÃO PERMANENTE POR INSERÇÃO DE DISPOSITIVO INTRATUBÁRIO
Résumé
objetivaram-se levantar o nível de conhecimento sobre o Dispositivo Intratubário e as repercussões clínicas associadas e identificar as repercussões clínicas após a inserção. Trata-se de um estudo transversal com 32 mulheres. Os dados foram coletados de junho a outubro de 2017. Para determinar o nível de conhecimento quanto ao dispositivo e às repercussões clínicas, optou-se pela classificação binária (insatisfatório/satisfatório). A análise ocorreu no Programa Stata, versão 14.0. O perfil sociodemográfico mostrou mulheres com 35,2±2,9 anos, a maioria com parceiro fixo e pardas e 96,9% das mulheres participaram de atividades educativas. O relato das repercussões clínicas indicou a dor durante o procedimento como a mais comum. Outras repercussões foram citadas, sendo que 93,8% das mulheres apresentaram nível de conhecimento satisfatório em relação ao dispositivo e 84,4%, insatisfatório com relação às repercussões clínicas. Houve uma associação estatisticamente significativa entre o estado civil “separada” e o nível de conhecimento “insatisfatório” com relação às repercussões clínicas do dispositivo (p=0,000). Ter renda maior associou-se com o conhecimento insatisfatório das mulheres sobre as repercussões clínicas (2.843,18±2.243,73 p= 0,031). Ficaram evidentes, neste estudo, as fragilidades na assistência percebidas a partir do grande número de mulheres com conhecimento insatisfatório em variáveis indispensáveis ao processo de escolha livre e esclarecida.
Références
ANVISA - AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Suspensão da Importação, Comercialização, Distribuição e Divulgação do Dispositivo de Contracepção Permanente Essure®. Brasília, DF, 12 jul. 2017. Contraceptivos. Disponível em: http://antigo.anvisa.gov.br/documents/219201/2782895/Nota+Tecnica_Anvisa+ESSURE/acaa72db-ddc3-412e-b7ce-2fb4d35e7957. Acesso em: 30 out. 2020.
AL-SAFI, Z. A. et al. Analysis of Adverse Events With Essure Hysteroscopic Sterilization Reported to the Manufacturer and User Facility Device Experience Database. Journal Of Minimally Invasive Gynecology, [s.l.], v. 20, n. 6, p.825-829, nov. 2013. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.jmig.2013.05.006. Acesso em: 11 jan. 2018.
ARJONA, J.E. et al. Satisfaction and tolerance with office hysteroscopic tubal sterilization. Fertility and Sterility®, v. 90, n. 4, p. 12-1186, oct. 2008. Disponível em: https://www.fertstert.org/article/S0015-0282(07)03148-2/pdf. Acesso em: 1 nov. 2017.
BERRAL, J.E.A. et al. Essure®and chronic pelvic pain: A population-based cohort. Journal Of Obstetrics And Gynaecology, [s.l.], v. 34, n. 8, p.712-713, 9 jun. 2014. Disponível em: http://dx.doi.org/10.3109/01443615.2014.920795. Acesso em: 12 fev. 2018.
BRASIL. Lei nº 9.263, de 12 de janeiro de 1996. Regula o § 7° do art. 226 da Constituição Federal, que trata do planejamento familiar, estabelece penalidades e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 15 jan. 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9263.htm. Acesso em: 5 maio 2017.
______. Ministério da Saúde. Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher – PNDS 2006: dimensões do processo reprodutivo e da saúde da criança. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pnds_crianca_mulher.pdf. Acesso em: 30. out 2020.
______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde sexual e saúde reprodutiva. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2010. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/abcad26.pdf. Acesso em: 01 jan. 2018.
BRITO, L.G.O. et al. Essure Surgical Removal and Subsequent Symptom Resolution: Case Series and Follow-Up Survey. Journal Of Minimally Invasive Gynecology, [s.l.], v. 22, n. 5, p. 910-913, jul. 2015. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/j.jmig.2015.03.018. Acesso em: 20 jan. 2018.
CABEZAS-PALACIOS, M.N. et al. Safety and patients’ satisfaction after hysteroscopic sterilisation. Journal Of Obstetrics And Gynaecology, [s.l.], v. 38, n. 3, p.377-381, out. 2017. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1080/01443615.2017.1362549. Acesso em: 11 abr. 2018.
CÂMARA, S. et al. Essure® present controversies and 5 years’ learned lessons: a retrospective study with short- and long-term follow-up. Gynecol Surg. 2017; 14(20): 2-5. URL: https://doi.org/10.1186/s10397-017-1023-3
CONCEPTUS Incorpored. Quando sua família está completa escolha Essure®. Mountain View (CA): Conceptus Inc.; 2009.
_____. Essure: instructions for use. Mountain View (CA): Conceptus Inc., 2012. Disponível em: http://www.essuremd.com/Portals/essuremd/PDFs/TopDownloads/Essure%20IFU%20Oct%205%202011.pdf. Acesso em: 15 dez. 2017.
¬¬¬
DEPES, D.B. et al. Essure: uma revolução na anticoncepção definitiva feminina. Einstein, v. 7, n. 3, p. 392-393, 2009. Disponível em: http://apps.einstein.br/revista/arquivos/PDF/1273-Einstein%20v7n3p392-3_port.pdf. Acesso em: 13 abr. 2018.
DEPES, D.B. et al. Experiência inicial com a oclusão tubária por via histeroscópica (Essure®). Einstein (são Paulo), [s.l.], v. 14, n. 2, p.130-134, jun. 2016. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/s1679-45082016ao3717. Acesso em: 2 jan. 2018.
FDA - FOOD AND DRUG ADMINISTRATION. Labeling for Permanent Hysteroscopically Placed Tubal Implants Intended for Sterilization; Guidance for Industry and Food and Drug Administration Staff; Availability. Federal Register, v. 81, n. 210, p. 75419-75420, oct. 2016. Disponível em: https://www.gpo.gov/fdsys/pkg/FR-2016-10-31/pdf/2016-26243.pdf. Acesso em: 14 abr. 2018.
______. FDA restricts sale and distribution of Essure to protect women and to require that patients receive risk information. FDA News Release, Apr. 9, 2018. Disponível em: https://www.fda.gov/newsevents/newsroom/pressannouncements/ucm604098.htm. Acesso em: 17 abr. 2018.
FEBRASGO – Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Manual de Orientação Endoscopia Ginecológica. São Paulo: FEBRASGO, 2011. 216 p.
FERNANDEZ, H. et al. Tubal sterilization: pregnancy rates after hysteroscopic versus laparoscopic sterilization in France, 2006–2010. European Journal Of Obstetrics & Gynecology And Reproductive Biology, [s.l.], v. 180, p.133-137, set. 2014. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/j.ejogrb.2014.04.043. Acesso em: 12 jan. 2018.
IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Demográfico 2010: Características da população - Tocantins. Rio de Janeiro: IBGE; 2010. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/93/cd_2010_caracteristicas_populacao_domicilios.pdf. Acesso em: 30 mar. 2017.
_____. Instituto Projeções e estimativas da população do Brasil e das Unidades da Federação. Rio de Janeiro: IBGE; 2017. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/: Acesso em: 15 abr. 2018.
OSTHOF, L. et al. Esterilização hisrteroscópica ambulatorial pelo procedimento Essure: stent tubário. Femina, v. 43, n. 1, p. 29-36, jan./fev, 2015. Disponível em: http://files.bvs.br/upload/S/0100-7254/2015/v43n1/a4845.pdf. Acesso em: 2 mar. 2017.
SANTOS, F.J. et al. Perfil das mulheres submetidas à laqueadura tubária em um Hospital Universitário, Vitória, Espírito Santo. Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde, v. 13, n. 3, p. 22-27, 2011. ISSN 2446-5410. Disponível em: http://periodicos.ufes.br/RBPS/article/viewFile/1763/1330. Acesso em: 13 abr. 2018.
THIEL, J.A. et al. Oral Analgesia vs Intravenous Conscious Sedation during Essure Micro-Insert Sterilization Procedure: Randomized, Double-Blind, Controlled Trial. Journal Of Minimally Invasive Gynecology, [s.l.], v. 18, n. 1, p. 108-111, jan. 2011. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/j.jmig.2010.10.006. Acesso em: 11 jan. 2018.
YUNKER, A.C. et al. Incidence and Risk Factors for Chronic Pelvic Pain After Hysteroscopic Sterilization. Journal Of Minimally Invasive Gynecology, [s.l.], v. 22, n. 3, p. 390-394, mar. 2015. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/j.jmig.2014.06.007. Acesos em: 11 fev. 2018.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).