O SAGRADO FEMININO E O EQUILÍBRIO DAS CIÊNCIAS NA SOCIEDADE UTÓPICA DE HERLAND (1915), DE CHARLOTTE PERKINS GILMAN

Résumé

O presente artigo tem como corpus a obra Herland 1915), de Charlotte Perkins Gilman. Tem como objetivo compreender a presença e o domínio do Sagrado Feminino. O embasamento teórico norteou-se pelos estudos de Sartre (2004), Eagleton (2006), Todorov (2006), Ginzburg (2012) e Jouve (2012) acerca de definições literárias; os estudos de Jung (2000), Legros (2007) e Birman (2016) sobre o Inconsciente Coletivo; os apontamentos de Federici (2017) e Hooks (2019) sobre feminismo; e os posicionamentos de Calegari e Fontanella (2009) e Cordovil (2015) sobre o Sagrado Feminino. A metodologia é baseada nos critérios analíticos orientados por Bakhtin (1989) a partir do Plurivocalismo Linguístico. Quanto aos resultados, apresenta-se como o principal a narrativa esforça-se em construir uma sociedade equilibrada conforme os preceitos do Sagrado Feminino, onde os recursos naturais são preservados e nada é destruído, mas reaproveitado. As considerações finais apontam que os homens que sonhavam em desbravar Herland (1915) quedaram-se embasbacados com a harmonia e a fluidez de uma sociedade totalmente controlada por mulheres, pois, diferentemente das sociedades patriarcais, o objetivo das anciãs do referido país consiste em congregar, não em segregar.

Bibliographies de l'auteur

Yasmine Louro, Universidade Federal do Tocantins (UFT)

Mestra em Letras pela Universidade Federal do Tocantins (UFT). Pós-graduanda em Literaturas de Língua Inglesa pela Faculdade de Educação São Luís (FESL). Integra o Grupo de Estudos e Pesquisa em Linguística Aplicada e Literaturas Anglófonas (GEPLALA,UFT/UEMASUL). 

Diana Barreto Costa, Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL)

Doutora em Ciências da Educação. Diretora dos Cursos de Letras Licenciatura em Língua Portuguesa, Língua Inglesa e Literaturas e Letras Licenciatura em Língua Inglesa e Literaturas, da Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL). Integra o Grupo de Estudos e Pesquisa em Linguística Aplicada e Literaturas Anglófonas (GEPLALA) e o Grupo de Estudos em Práticas Educativas e Formação de Professores (GEPEFP/UEMASUL). 

Références

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Publiée
2022-02-14