O ESTÁGIO DOCENTE E A PRODUÇÃO/ALTERAÇÃO DE SENTIDOS À DOCÊNCIA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
Résumé
Este estudo procura identificar e compreender como o estágio docente influencia na produção/alteração dos sentidos atribuídos à docência por estudantes de Educação Física da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A partir de observação participante, registrada em diário de campo, e de entrevistas semiestruturadas, desenvolveu uma pesquisa narrativa acerca dos sentidos conferidos à docência em Educação Física, na perspectiva de oito estudantes e de dois professores supervisores. O processo analítico permitiu a interpretação de que o potencial do estágio está relacionado diretamente com as possibilidades da formação inicial no que tange em fazer os estudantes reconhecerem a teoria como aliada significativa, tanto para a objetivação possível e desejável da prática, quanto para refletir criticamente sobre ela.
Références
ALMEIDA, M. I.; PIMENTA, S. G. Centralidade do estágio em cursos de Didática nas Licenciaturas. In: ALMEIDA, M. I.; PIMENTA, S. G. (Orgs.). Estágios supervisionados na formação docente: educação básica e educação de jovens e adultos. São Paulo: Cortez, 2014. p. 15-40.
CAPARROZ, F. E.; BRACHT, V. O tempo e o lugar de uma didática da educação física. Revista Brasileira Ciências do Esporte, Campinas, v. 28, n. 2, p. 21-37, jan. 2007. Disponível em: http://revista.cbce.org.br/index.php/RBCE/article/view/53. Acesso em: 10 jun. 2013.
CARREIRO DA COSTA, F. Formação de professores: objetivos, conteúdos e estratégias. Revista da Educação Física/UEM, Maringá, v. 5, n. 1, p. 26-39, 1994.
CARVALHO, J. S. Reflexões sobre educação, formação e esfera pública. Porto Alegre: Penso, 2013.
CLANDININ, D. J.; CONNELLY, F. M. Pesquisa Narrativa: experiência e história em pesquisa qualitativa. Uberlândia: EDUFU, 2011.
COMGRAD – Comissão de Graduação da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança da UFRGS. Projeto Pedagógico do Curso Educação Física Habilitação Licenciatura. Porto Alegre: ESEFID/UFRGS, 2012.
CONTRERAS, J. La autonomia del profesorado. Madrid: Morata, 1997.
DEMO, P. Pesquisa e construção de conhecimento: metodologia científica no caminho de Habermas. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1994.
DIBIE, P. Como nossos jovens pensam? In: NOVAES, A. (Org.) Mutações: A experiência do pensamento. São Paulo: Edições SESC SP, 2010. p. 323-333.
DILTHEY, W. Os tipos de concepção de mundo. Tradução de Artur Morão. 1977. Disponível em: http://www.lusosofia.net/textos/dilthey_tipos_de_concep_ao_do_mundo.pdf. Acesso em: 10 jun. 2014.
FENSTERSEIFER, P. Tensões e sínteses possíveis na educação física escolar. In: BINS, G. N.; LOPES, R. A.; DHIEL, V. R. O. (Org.). Educação Física na escola: entre demandas curriculares e experiências artesanais. Porto Alegre: ESEFID/UFRGS, 2016. p. 336-354. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/149154/001005377.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 12 ago. 2018.
FENSTERSEIFER, P.; SILVA, M. A. Ensaiando o “novo” em educação física escolar: a perspectiva de seus atores. Revista Brasileira de Ciências do Esporte. Florianópolis, v. 33, n. 1, p. 119-134, jan./mar. 2011. Disponível em: http://revista.cbce.org.br/index.php/RBCE/article/view/874. Acesso em: 20 set. 2014.
FIGUEIREDO, Z. C. Experiências Sociais no Processo de Formação Docente em Educação Física. 2004. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2004.
FLINCKINGER, H. G. Gadamer e a educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2014.
GIMENO SACRISTÁN, J. Consciência e ação sobre a prática como libertação profissional dos professores. In: NÓVOA, A. (Org.). Profissão professor. Portugal: Porto, 1999.
GRONDIN, J. Hermenêutica. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.
HERMANN, N. Hermenêutica e educação. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.
HUBERMAN, M. O ciclo de vida profissional dos professores. In: NÓVOA, A. (Org.). Vidas de professores. 2. ed. Porto: Porto Editora, 1995. p. 33-61.
JÚNIOR, A. P. S.; OLIVEIRA, A. A. B. Estágio Curricular Supervisionado na formação de professores de Educação Física no Brasil: uma revisão sistemática. Movimento, Porto Alegre, v. 24, n. 1, p. 77-92, jan./mar. 2018. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/Movimento/article/view/67071/47795. Acesso em: 19 jun. 2019.
KUNZ, E. Fundamentos normativos para as mudanças no pensamento pedagógico em educação física no Brasil. In: CAPARRÓZ, F. E. (Org.). Educação física escolar: política, investigação e intervenção. Vitória, ES: Proteoria, v. 1, 2001.
MARCELO, C. O professor iniciante, a prática pedagógica e o sentido da experiência. Revista Brasileira de Pesquisa sobre a Formação Docente, Belo Horizonte, v. 2, n. 3, p.11-49, 2010.
Disponível em: http://formacaodocente.autenticaeditora.com.br/artigo/exibir/8/18/1 Acesso em: 18 mai. 2013.
MARCELO, C. Pesquisa sobre a formação de professores: o conhecimento sobre aprender a ensinar. Revista Brasileira de Educação, n. 9, 1998. Disponível em: http://anped.tempsite.ws/novo_portal/rbe/rbedigital/RBDE09/RBDE09_06_CARLOS_MARCELO.pdf. Acesso em: 14 jun. 2014.
MARQUES, M. O. Formação do profissional da educação. Ijuí: Editora Unijuí, 1992.
MOLINA, R. M. K.; MOLINA NETO, V. Pesquisar com narrativas docentes. In: TRIVIÑOS, A. N. S.; MOLINA NETO, V. (Orgs.). A pesquisa qualitativa na educação física: alternativas metodológicas. Rev. e aum. 3. ed. Porto Alegre: Sulina, 2010. p. 107-139.
MOLINA NETO, V. Etnografia: uma opção metodológica para alguns problemas de investigação no âmbito da Educação Física. In: TRIVIÑOS, A. N. S.; MOLINA NETO, V. (Orgs.). A pesquisa qualitativa na educação física: alternativas metodológicas. Rev. e aum. 3. ed. Porto Alegre: Sulina, 2010. p. 113-145.
MOLINA NETO, V; GÜNTHER, M. C. C.; BOSSLE, F.; WITTIZORECK, E. S.; MOLINA, R. M. K. Reflexões sobre a produção do conhecimento em educação física e ciências do esporte. Revista Brasileira Ciências do Esporte, Campinas, v. 28, n. 1, p. 145-165, set. 2006. Disponível em: http://revista.cbce.org.br/index.php/RBCE/article/view/44. Acesso em: 16 mai. 2015.
PICONEZ, S. C. B. (Org.). A prática de ensino e o estágio supervisionado. São Paulo: Papirus, 1991.
PIMENTA, S. G.; LIMA, M. S. L. Estágio e docência. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2012.
SILVA, M. A.; MOLINA NETO, V. Potencialidades do estágio docente para a construção da identidade do professor de educação física: uma revisão de literatura. In: CONGRESSO SULBRASILEIRO DE CIÊNCIAS DO ESPORTE, 7, 2014. Anais [...]. Matinhos: Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte, 2014. Disponível em: http://congressos.cbce.org.br/index.php/7csbce/2014. Acesso em: 17 mai. 2015.
SILVA, S. A. P. S.; SOUZA, C. A. F.; CHECA, F. M. Situação do estágio supervisionado em IES privadas da grande São Paulo. Motriz, Rio Claro, v. 16, n. 3, p. 682-688, jul./set. 2010.
TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2007.
WITTIZORECKI, E. S.; FRASSON, J. S. Professores iniciantes: do choque do real ao encontro com a docência. In: CONCEIÇÃO, V. J. S.; FRASSON, J. S. (Orgs.). Textos e contextos sobre o trabalho do professor de educação física no início da docência. Porto Alegre: Sulina, 2016. p. 227-242.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).