VIVÊNCIAS DE CRIANÇAS INDÍGENAS KAINGANG NA CIDADE: ELEMENTOS PARA A APRENDIZAGEM E O DESENVOLVIMENTO
Résumé
O artigo aborda a presença de crianças indígenas Kaingang, com suas famílias, nas atividades de produção e venda de artesanato na cidade de Maringá/Pr. De acordo com sua organização sociocultural, os Kaingang resistem ao preconceito e exclusão e permanecem ocupando espaços que historicamente compunham seus territórios tradicionais. Com base na Teoria Histórico-Cultural e dados de pesquisa empírica, discutimos as aprendizagens das crianças, tanto na instituição escolar de Educação Infantil, na terra indígena de origem, como na cidade, onde, periodicamente, vivenciam diversas experiências e interações. Os resultados evidenciam que, para os Kaingang, tanto enviar as crianças pequenas à escola, como garantir a participação delas em todas as atividades familiares, são ações importantes pois representam fecundos espaços de aprendizagem e desenvolvimento infantil indígena.
Références
ALVARES, M. M. Kitoko Maxakali:a criança indígena e os processos deformação, aprendizagem e escolarização. Revista ANTHROPOLÓGICAS, ano 8, vol. 15(1), 2004.
BALLIVIÁN, J. M. P.Tecendo Relações -Além da Aldeia Artesãos Indígenas em cidades da Região Sul. COMIN, 2014.
BREGALDA, D.;CHAGAS, M. de F. A diversidade no artesanato kaingang: um passaporte na cidade? In: Povos Indígenas na Bacia Hidrográfica do Lago Guaíba. Núcleo de Políticas Públicas para os Povos Indígenas. Coordenação de Direitos Humanos. Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Segurança Urbana. Porto Alegre: Prefeitura de Porto Alegre, 2008
BREGALDA, D; CHAGAS, M de F. A diversidade no artesanato kaingang: um passaporte na cidade? In: Povos Indígenas na Bacia Hidrográfica do Lago Guaíba. Núcleo de Políticas Públicas para os Povos Indígenas. Coordenação de Direitos Humanos. Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Segurança Urbana. Porto Alegre: Prefeitura de Porto Alegre, 2008
CODONHO, C. G. Aprendendo entre pares:a transmissão horizontal de saberes entre as crianças indígenas Galibi-Marworno. 2007. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2007.
COHN, C. A criança indígena: a concepção Xikrin de infância e aprendizado. Dissertação de Mestrado. Departamento de Antropologia. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2000.
FAUSTINO, R.C. Aprendizagem escolar entre os Kaingang no estado do Paraná: questões sobre língua, alfabetização e letramento. Práxis Educativa, Ponta Grossa, v. 5, n. 2, p. 213-219, jul./dez. 2010. Disponível em: <http://www.revistas2.uepg.br/index.php/praxiseducativa/article/viewArticle/1046>. Acesso em: 30 nov. 2011.
FAUSTINO, Rosângela Célia. Educação e religião no Paraná: estudo a partir do ritual Nimongaraí. Práxis educativa, v.7, p. 239-263, 2012.
FERREIRA, B. Educação Kaingang: processos próprios deaprendizagem e educação escolar.Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal doRio Grande do Sul, Faculdade de Educação, Programa dePós-Graduação em Educação, Porto Alegre, BR-RS, 2014.
GARLET, M. Entre cestos e colares, faróis e parabrisas: crianças Kaingang em meio urbano . Dissertação de Mestrado. PUC: Porto Alegre, 2010
KRUPSKAYA, N.K. A construção da pedagogia socialista.São Paulo: ExpressãoPopular, 2017.
LEONTIEV, A. N. Uma contribuição à Teoria do desenvolvimento da psique infantil. In: VIGOTSKII, L. V; LURIA, A. R. LEONTIEV, A. N. Linguagem, Desenvolvimento e Aprendizagem. São Paulo: Ícone, 2006.
LEONTIEV, A. O Desenvolvimento do psiquismo. São Paulo: Centauro, 2004.
LIMA, E. G. de; NASCIMENTO, A. C. O valor da comunidade indígena na construção da identidade da criança terena. In: CONGRESSO DE LEITURA DO BRASIL, 16., 2007, Campinas. Anais... Campinas: Unicamp, 2007. Disponível em: <http://www.alb.com.br/anais16/>. Acesso em: 10 jul. 2011.
LIUNBLINSKAIA, A. A. Desenvolvimento psíquico da criança . Lisboa: Editorial Notícias, 1979 (coleção pedagógica v. 10).
MAKARENKO, A. S. Conferências sobre educação infantil. Trad. Maria Aparecida AbelairaVizzotto. São Paulo: Moraes, 1981.
MARTINS, L. M. A brincadeira de papéis sociais e a formação da personalidade. In: ARCE, Alessandra; DUARTE, Newton. Brincadeira de papéis sociais na educação infantil: as contribuições de Vigotski, Leontiev e Elkonin. São Paulo: Xamã, 2006.
MARX, K; ENGELS, F.A ideologia alemã. São Paulo: Boitempo, 2007.
MELIÁ, Bartomeu. Educação Indígena e alfabetização. São Paulo: Edições Loyola, 1979.
MOTA, L. T. As Guerras dos Índios Kaingang: a história épica dos índios Kaingang no Paraná (1769 - 1934). 2. Ed. Maringá: EDUEM, 2009.
MUKHINA, V. Psicologia na idade pré-escolar. São Paulo: Martins Fontes,1995.
NUNES, A. -"Brincando de ser Criança": Contribuições da Etnologia Indígena Brasileira à Antropologia da Infância [Emlinha]. Lisboa, Portugal: Departamento de Antropologia do ISCTE, 2003. 341 f. Tese de doutoramento. [Consult. Dia Mês Ano] Disponível em www:<http://hdl.handle.net/10071/684>.
OLIVEIRA, A. da C. Indígenas crianças, crianças indígenas: perspectivas para construção da doutrina da proteção plural. Curitiba: Juruá, 2014.
OLIVEIRA, J. T.; FERNANDES, M.R. O ARTESANATO KAINGANG NA T.I. XAPECÓ. Trabalho apresentado como requisito para obtenção do titulo em Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica na Universidade Federal de Santa Catarina, sob orientação dos profs. Eveyln Martina Schuler Zea e José Antonio Kelly Luciani.Terminalidade: Linguagens. Florianópolis-SC, 2014
PEREIRA, M. C. S. Meninos e meninas Kaingang- O processo de socializacao .Londrina: UEL, 1998.
PIOVEZANA, G. D; SILVA, M. R. da; PIOVEZANA, L. As crianças indígenas em movimento no cotidiano das ruas da cidade: entre o trabalho e a cultura lúdica. Educação & Linguagem . v. 19 ; n. 2 ; 1-25 ;jul.-dez. 2016
PIOVEZANA, G. D;SILVA, M. R. da; PIOVEZANA, L.As crianças indígenas em movimento no cotidiano das ruas da cidade: entre o trabalho e a cultura lúdica. Educação& Linguagem .v. 19 ; n. 2 ; 1-25 ;jul.-dez. 2016
SANTOS, D. A dos. Economia e materialidade das relações sociais em um grupo indígenaKaingang 34º Encontro Anual da Anpocs. ST10: Economia e políticas do simbólico Trabalho de autoria de Daiane Amaral dos Santos, mestranda do curso de Ciências Sociais, pela Universidade Federal de Santa Maria. Pesquisa realizada sob orientação da Profª Dra. Maria Catarina ChitolinaZanini, docente da instituição. 2010
TASSINARI, A . Concepções indígenas de infância no Brasil. Tellus, ano7, n. 13, p. 11-25, out. 2007. Campo Grande – MS
TASSINARI, A . Concepções indígenas de infância no Brasil. Tellus, ano7, n. 13, p. 11-25, out. 2007. Campo Grande – MS
TOMMASINO, K. Os novos acampamentos (vãre) kaingang na cidade de Londrina: mudança e persistência numa sociedade jê. Revista Mediações, Londrina, v. 3, n. 2, jul./dez. 1998.
TOMMASINO, K; ALMEIDA, L.K de. Territórios e territorialidades Kaingang: a reinvenção dos espaços e das formas de sobrevivência após a conquista. Dossiê – estudos sobre as sociedades jê (kaingang e xokleng) no sul do Brasil, 2014, v19, n2, p18.
VIGOTSKI, L. S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
VIGOTSKI, L. S. Obras Escogidas - Tomo III. Madrid: Visor Aprendizaje y Ministerio de Cultura y Ciencia, 1995.
VIGOTSKI, L.S. A construção do pensamento e da linguagem. Tradução Paulo Bezerra. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2009.
VYGOTSKI, L S. Obras Escogidas: Vol 3. Historia del desarrollo de las funciones psíquicas superiores. 1995.
ZAPOROZHETS; A. V. The Development of Sensations and Perceptions in Early and Preschool Childhood. In: Journal of Russian and East European Psychology, vol. 40, no. 2, May–June 2002, pp. 22–34.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).