RELAÇÕES DE PODER NA PESQUISA DE CAMPO SOCIODIALETAL: ALGUMAS REFLEXÕES NECESSÁRIAS
Resumen
Muitas são as discussões que giram em torno de questões que envolvem a principal etapa do trabalho dos dialetólogos e sociolinguístas: a coleta de dados in loco e a interação face-a-face com o informante, assim como a espontaneidade da elocução, tendo em vista a presença do inquiridor em uma situação de entrevista. É interesse deste trabalho apresentar uma breve contribuição teórica acerca da temática, ilustrada com exemplos extraídos da coleta de dados para o Atlas Linguístico Topodinâmico e Topoestático do Tocantins para, assim, propormos algumas diretrizes para os futuros pesquisadores de campo, na perspectiva de minimizar o que se intitula em pesquisas sociodialetais de “paradoxo do observador”.
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