LITTLE GAME: MÚSICA COMO MECANISMO DE ARTICULAÇÃO DA CULTURA QUEER
Resumen
A música Little Game, do cantor estadunidense Ben J. Pierce (Benny), retrata os reflexos do estabelecimento de padrões de comportamento de gênero em um determinado tempo histórico e ambiente social. A análise social da letra da música e do videoclipe foi realizada na pesquisa usando o subsídio das teorias de gênero, em especial da Teoria Queer. A análise da música revela que assim como o termo queer é uma categoria utilizada para perceber todos a quem o discurso da sociedade transforma em anormal, estranho, abjeto ou subalterno, ou seja, os que não se enquadram nos estereótipos de feminino ou masculino convencionais. Este artigo realiza a análise da letra e videoclipe da música Little Game usando os pressupostos da Teoria Queer, para tratar de questões relativas aos papéis e padrões de gênero e a consequência da desobediência social dos mesmos.
Citas
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1979.
BAUER, Martin W.; GASKELL, George. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. Petrópolis: Vozes Limitada, 2017.
BENNY. Little Game. 2014. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=WNr3x1kVVEc. Acesso em: 19 mar. 2020.
BOURDIEU, Pierre; PASSERON, Jean-Claude. A reprodução: elementos para uma teoria do sistema de ensino. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1975.
BUTLER, Judith. Gender Trouble. Nova York: Routledge, 1990.
BUTLER, Judith; BRETAS, Aléxia. Meramente cultural. Ideias, v. 7, n. 2, p. 227-248, 9 mar. 2017.
CAREGNATO, Rita Catalina Aquino; MUTTI, Regina. Pesquisa qualitativa: análise de discurso versus análise de conteúdo. Texto contexto, Florianópolis, v. 15, n. 4, p. 679-684, dez. 2006.
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2002.
DERRIDA, Jacques. A Escritura e a Diferença. São Paulo: Perspectiva, 2002.
DI FÁTIMA, Branco. Primavera Árabe: vigilância e controle na sociedade da informação. Biblioteca on-line de Ciências da Comunicação, 2003.
FAIRCLOUGH, Norman. Discurso e mudança social. Brasília: Editora da UNB, 2001.
FARIA, Miguel Nuno Pereira Silva. Homofobia: medo de quê, medo de quem? 2011. Tese (Doutorado em Psicologia Social) - Universidade Aberta, Lisboa, 2011.
FEIXA, Carles; LECCARDI, Carmem. O conceito de geração nas teorias sobre juventude. Soc. estado, Brasília, v. 25, n. 2, p. 185-204, ago. 2010.
FOUCAULT, Michel. Histoire de la sexualité 2. Paris: Gallimard, 1984.
FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. Campinas: Loyola, 1996.
GOFFMAN, Erving. Estigma. Rio de Janeiro: LTC, 1988.
HADDAD, Maria Irene Delbone; HADDAD, Rogério Delbone. Judith Butler: performatividade, constituição de gênero e teoria feminista. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL ENLAÇANDO SEXUALIDADES. Anais..., Salvador, v. 1, 2017.
LÉVY, Pierre. Cibercultura. Rio de Janeiro: Editora 34, 2003.
LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação. Uma perspectiva pós-estruturalista. Petrópolis: Vozes, 2003.
LOURO, Guacira Lopes. Um corpo estranho. Ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Belo Horizonte: Autêntica, 2016.
MELO, Talita Graziela Reis; SOBREIRA, Maura Vanessa Silva. Identidade de gênero e orientação sexual: perspectivas literárias. Temas em Saúde, v. 18, n. 3, p. 366-388, 2018.
MEYER, Ilan H. Minority stress and mental health in gay men. Journal of health and social behavior, v. 36, n.1, p. 38-56, 1995.
MISKOLCI, Richard. Teoria Queer: um aprendizado pelas diferenças. Belo Horizonte: Autêntica, 2016.
OKA, Mateus; LAURENTI, Carolina. Entre sexo e gênero: um estudo bibliográfico-exploratório das ciências da saúde. Saúde soc., São Paulo, v. 27, n. 1, p. 238-251, jan. 2018.
PERRONI, Thaís Cattani et al. As representações do movimento de Stonewall nos Estados Unidos (1969). Epígrafe, v. 7, n. 7, p. 97-108, 2019.
REIS, Neilton dos; PINHO, Raquel. Gêneros não-binários: identidades, expressões e educação. Revista Reflexão e Ação, Santa Cruz do Sul, v. 24, n. 1, p. 7-25, Jan./Abr. 2016.
REINERT, Max. Alceste une méthodologie d'analyse des données textuelles et une application: Aurélia de G. de Nerval. Bulletin de Méthodologie Sociologique, n. 28 p. 24-54, 1990.
RICH, Adrienne. Compulsory Heterosexuality and Lesbian Experience. Signs: Journal of Women in Culture and Society, v. 5, n. 4, p. 631-660, 1980.
RIOS, Roger; PIOVESAN, Flávia. A discriminação por orientação sexual. In: Seminário Internacional as minorias e o direito. Brasília. Série Cadernos do CEJ, v. 24, 2003.
RODRIGUES, Cibele Pavani; WECHSLER, Amanda Muglia. A sexualidade no ambiente escolar: a visão dos professores de educação infantil. Cadernos de Educação: Ensino e Sociedade, v. 1, n. 1, p. 89-104, 2014.
SANTOS, Ana Paula dos. Pautando gênero: Narrativas jornalísticas sobre a proibição da discussão de gênero na educação. 2018. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Sociedade), Universidade Federal do Tocantins, Palmas, 2018.
SARDINHA, Antônio Carlos. Comunicação e as novas tecnologias no contexto de atuação política dos movimentos sociais contemporâneos: um estudo do portal ILGA.org. Revista Contemporânea, v. 9, n. 1, 2011.
SCOTT, Joan W. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade. Porto Alegre, v. 20, n. 2, jul./dez. p. 71-99, 1995.
SEDGWICK, Eve. Tendencies. Durham: Duke University Press, 1993.
TAGG, Philip. Analisando a música popular: teoria, método e prática. Em Pauta, v. 14, n. 23, p. 5, 2003.
VENCATO, Anna Paula. “Fervendo com as drags”: corporalidades e performances de drag queens em territórios gays da Ilha de Santa Catarina. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2002.
VILLAÇA, Nízia; GÓES, Fred. Em nome do corpo. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
WOODWARD, Kath. Identidade e diferença: uma introdução teórica e conceitual In: SILVA, Tomaz Tadeu da. Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 2003. p. 7-72. 2005.
WOLTON, Dominique. É preciso salvar a comunicação. São Paulo: Paulus, 2006.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).
