GRUPO DE JOVENS DE TRANSMISSÃO VERTICAL VIVENDO COM HIV/AIDS: A CONSTRUÇÃO DE UM ESPAÇO DE SOCIABILIDADE NA TECEDURA DE UMA REDE DE PROTEÇÃO SOCIAL

Palavras-chave: Juventude. HIV/aids. Proteção Social.

Resumo

O trabalho apresentado traça uma proposta de reflexão sobre os limites e as possibilidades do acesso de um grupo de jovens vivendo com HIV/AIDS à rede de proteção social disponível que vem se delineando inconsistente e ineficiente face à complexidade cotidiana de suas vivências. As ponderações reflexivas foram construídas a partir do relato da experiência de um assistente social e de uma psicóloga como facilitadores do grupo, cujos protagonistas são jovens vivendo com HIV/AIDS. Somados a uma análise qualitativa dos dados quantitativos, referentes ao perfil sócio-econômico-demográfico de um estudo realizado com 45 jovens, acompanhados no Serviço de Doenças Infecciosas do Hospital Federal dos Servidores do Estado, entre abril de 2017 e maio de 2019, pela equipe de pesquisa desta unidade de saúde. Conclui-se que em tempos de ameaça aos direitos conquistados, é fundamental reafirmar a importância de políticas protetivas, com medidas que visem garantir a proteção social dessa juventude, considerando trata-se de uma juventude pobre, periférica de maioria negra e feminina.

Biografia do Autor

Dionísio Cristóvão Ferreira, Ministério da Saúde

Mestre em Serviço Social pela PUC/RJ. Assistente Social do Ministério da Saúde; Educador Comunitário do Comitê Comunitário Assessor em Pesquisas Clínicas DIP/HFSE. 

Mariana de Queiroz Rocha Darmont, Fiocruz/RJ

Psicóloga formada pela Universidade Federal Fluminense-RJ. Especialista em Psicanálise pela UFF/RJ. Mestranda em Saúde Coletiva no Programa de Pós-Graduação em Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente no IFF/Fiocruz/RJ. 

Referências

ANTUNES, R. O Caracol e sua concha: Ensaios sobre a nova morfologia do trabalho. São Paulo: Boitempo, 2005.

ANTUNES, R. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho, São Paulo: Boitempo, 1999.

AYRES, J. R de C. M. Sujeito, intersubjetividade e práticas de saúde. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, n. 6, v. 1, p. 63-72, 2001. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/csc/v6n1/7025.pdf. Acesso em: 26 abr. 2021.

BRASIL. Secretaria de Vigilância em Saúde. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico de HIV e Aids/2020. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/media/pdf/2020/dezembro/01/boletim-hiv_aids-2020-internet.pdf. Acesso em: 25 de out. de 2020

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST e Aids. Manual de rotinas para assistência de adolescentes vivendo com HIV/Aids, Brasília: Ministério da Saúde, 2006.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST e Aids. Recomendações para a Atenção Integral a Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/Aids. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.

BURY, M.Doença crônica como ruptura biográfica. Tempus - Atas de Saúde Coletiva, Brasília, n. 2, v. 5, p.41-55, 2011. Disponível em: https://tempusactas.unb.br/index.php/tempus/article/view/963/905. Acesso em: 26 abr. 2021.

CARDOSO, A. C.; MORGADO, L. Trabalho e saúde do trabalhador no contexto atual: ensinamentos da enquete europeia sobre condições de trabalho. Saúde e Sociedade, São Paulo, n. 1, v.28, p.169-181, 2019. Disponível em:https://doi.org/10.1590/s0104-12902019170507. Acesso em: 17 maio.2020.

CRUZ, M. L. S. [et al].The moral career of perinatally HIV-infected children: revisiting Goffman´s concept. AIDS Care, n. 1, v. 27, p. 6-9, 2015. Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/14316/2/simone2_monteiro_etal_IOC_2014.pdf. Acesso em: 26 abr. 2021.

FERREIRA, D.C. Trabalho, mulheres e aids: projetos de vida, sonhos e dores. 108f. Dissertação. (Mestrado em Serviço Social) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, 2008.

GOFFMAN, E. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Rio de Janeiro. Ed. Zahar. 1980. Disponível em: https://www.mprj.mp.br/documents/20184/151138/goffman,erving.estigma_notassobreamanipulacaodaidentidadedeteriorada.pdf.Acesso em: 26 abr. 2021.

IARA, C.HIV/AIDS e Juventudes: das narrativas da culpa à realidade das opressões históricas. Agência Nacional da AIDS, São Paulo, 2018. Disponível em: https://agenciaaids.com.br/artigo/hiv-aids-e-juventudes-das-narrativas-da-culpa-a-realidade-das-opressoes-historicas/. Acesso em:10 out. 2020.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). O IBGE apoiando o combate à COVID-19. Disponível em: http://covid19.ibge.gov.br/pnad-covid/trabalho. Acesso em: 3 dez. 2020.

LOPES, M.H.C.; RIZOTTI, M.L.A.COVID19 e Proteção Social: a contribuição do Sistema Único de Assistência Social – SUAS. In: CASTRO, D.; POCHMANN, M. (ORGs). Capitalismo e a Covid-19. São Paulo, 2020, p.125-138.Disponível em: http://abet-trabalho.org.br/wcontent/uploads/2020/05/LIVRO.CapitalismoxCovid19.pdf. Acesso em: 27 dez. 2020.

MACHADO,D. M.; [et al].Transitioning adolescents living with HIV/AIDS to adult-oriented health care: an emerging challenge. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, n. 6, v 86, p. 465-472, 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/jped/v86n6/v86n6a04.pdf. Acesso em: 26 abr. 2021.

MELLO, L.; GONÇALVES, E. Diferença e Interseccionalidade: notas para pensar práticas e saúde. Revista do Programa de Pós-graduação em Ciências da UFRN, n. 2, v. 11, p.163-173, 2010. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/cronos/article/view/2157/pdf. Acesso em: 26 abr. 2021.

MOREIRA, M. C. N. Trajetórias e experiências morais de adoecimento raro e crônico em biografias: um ensaio teórico. Ciência & Saúde Coletiva, n. 24, v.10, p. 3561-3661, 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/csc/v24n10/1413-8123-csc-24-10-3651.pdf. Acesso em: 26 abr. 2021.

PAIM, J.; [et al]. O sistema de saúde brasileiro: histórias, avanços e desafios. Séries Saúde no Brasil 1, online, 2011. p.11-31. Disponível em: https://actbr.org.br/uploads/arquivo/925_brazil1.pdf.Acessoem: 26 abr. 2021.

PAIVA, S. de S.; [et al]. Spatial analysis of Aids and the social determinants of health. Revista Brasileira de Epidemiologia, São Paulo, v. 22, p. 1-12, 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rbepid/v22/1980-5497-rbepid-22-e190032.pdf. Acesso em: 26 abr. 2021.

PARKER, R. Stigma, prejudice and discrimination in global public health. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, n. 28, v. 1, p. 164-169, jan, 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/csp/v28n1/17.pdf. Acesso em: 26 abr. 2021.

PARKER, R. Os trinta anos de luta e solidariedade da ABIA na resposta brasileira a AIDS. Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (ABIA)/Observatório de Políticas Públicas de AIDS.2017. Disponível em: http://abiaids.org.br/os-30-anos-de-luta-e-solidariedade-da-abia-na-resposta-brasileira-aids/30016.Acessoem: 7 ago. 2020.

PARKER, R.; AGGLETON, P. HIV and AIDS-related stigma and discrimination: a conceptual framework and implications for action. Social Science & Medicine, Boston, n. 57, p. 13-24, 2003.

PROGRAMA CONJUNTO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE HIV/AIDS (UNAIDS). Estatísticas. Disponível em: https//:unaids.org.br/estatísticas. Acesso em: 23 out. 2020.

RIZZINI, I. Acolhendo Crianças e adolescentes: experiências de Promoção de Direito à Convivência Familiar e Comunitária no Brasil. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNICEF; CIESPI; Rio de Janeiro, RJ: PUC-RIO, 2006.

SAFFIOTI, H. A mulher na sociedade de classes: mito e realidade. Petrópolis: Vozes, 1979.

SILVA, C. L. C da. ONGs/Aids, intervenções sociais e novos laços de solidariedade social. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, n. 14, Sup. 2, p. 129-139, 1998. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/csp/v14s2/1332.pdf. Acesso em: 26 abr. 2021.

SILVA, L. A. V da; [et al].“Eu acho que a química entrou em reprovação”: relações afetivo-sexuais de homens vivendo com HIV/AIDS e com carga viral indetectável. Sexualidad, Salud y Sociedad, Rio de Janeiro, n. 34, abr., p. 25-45,2020. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/sess/n34/1984-6487-sess-34-25.pdf. Acesso em: 26 abr. 2021.

SONTAG, S. Doença como metáfora/AIDS e suas metáforas. Companhia de Bolso, 2004.

Souza, E. R. de; JORGE, M. H. P. de M. Impacto da violência na infância e adolescência brasileiras: magnitude da morbimortalidade. In: MINISTÉRIO DA SAÚDE. (ORG.). Violência Faz Mal à Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas, Brasília, 2006. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/violencia_faz_mal.pdf. Acesso em: 26 abr. 2021.

TERTO JR, V. Uma história do movimento social ONGs AIDS: Conquistas atuais e desafios para o futuro. In: LEITE, V.; TERTO JR, V.; PARKER, R. (ORGs.). Respostas à AIDS no Brasil: aprimorando o debate III [livro eletrônico]. Rio de Janeiro: Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS - ABIA, 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/sess/n34/1984-6487-sess-34-25.pdhttps://prceu.usp.br/wp-content/uploads/2020/10/2020-ABIA-Resposta-a-AIDS-no-Brasil.pdf. Acesso em: 26 abr. 2021.

WILLIANS, D.R.; PRIEST, N. Racismo e Saúde: um corpus crescente de evidência internacional. Sociologias, Porto Alegre, n. 40, p. 124-174, set/dez, 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/soc/v17n40/1517-4522-soc-17-40-00124.pdf. Acesso em: 10out. 2020.
Publicado
2021-07-20