REPRESENTAÇÕES DE EDUCAÇÃO E INFÂNCIA EM ARTHUR PORCHAT DE ASSIS
Resumen
A cidade de Santos, entre 1889 a 1920, foi o palco de atuação de um grupo de intelectuais que se envolveu com as instituições educacionais da cidade a fim de estabelecer um projeto civilizatório. Dentre estes, Arthur Porchat de Assis obteve relevante destaque, sobretudo, por ser diretor do Instituto Escolástica Rosa e do Liceu Feminino Santista. Utilizando-se do conceito de representações sociais, concebido por Roger Chartier, este artigo tem por objetivo analisar as ideias de educação e infância presentes na obra “Eduquemos” (1915), um manual para formação de professores de sua autoria. Demonstrou-se que, a obra analisada está referenciada no darwinismo e em teorias raciais para a formação de corpos perfeitos. Além disso, para o autor, a educação intelectual e moral se fundamenta na teoria positivista de Comte, observando as fases do desenvolvimento infantil.
Citas
ARIÈS. P. L’enfant et la vie familiale sous l’Ancien Régime. Paris: Seuil, 1973.
BOTO, C. O desencantamento da criança: entre a Renascença e o Século das Luzes. In: FREITAS, M. C. de e KUHLMANN Jr., M. Os intelectuais na história da infância. São Paulo: Cortez, 2002.
CALEFFI, A. M. A educação na primeira República na cidade de Santos (1889-1908). Dissertação (Mestrado em Educação), Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, 2014.
CARREIRA, A. A marcha do progresso: a construção do cidadão republicano e a educação escolar na cidade de Santos. Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade Católica de Santos, 2012.
CARMO, B. B.; VIEIRA, M. T. B. P. Representações sobre o ensino da Educação física de Arthur Porchat de Assis em seu manual “Eduquemos” (1915). Anais do VII Simpósio de História Cultural. São Paulo, USP, 2014. Disponível em: http://gthistoriacultural.com.br/VIIsimposio/Anais/Bruno%20Bortoloto%20do%20Carmo%20&%20Marina%20Tucunduva%20Bittencourt%20Porto%20Vieira.pdf, Acesso em: 20.jan.2021
CARVALHO, M. M. C. de. Por uma história cultural dos saberes pedagógicos. In: SOUSA, C. P. de; CATANI, D. B. (org.). Práticas educativas, culturas escolares, profissão docente. São Paulo: Escrituras Editora, 1998.
__________. A escola e a República e outros ensaios. Bragança Paulista: EDUSF, 2003.
CHALHOUB, S. Trabalho, lar e botequim. Campinas: Unicamp, 2001.
CHARTIER, R. A História Cultural: entre práticas e representações. Rio de Janeiro: Bertrand, 1990.
CUNHA, L. A. O ensino industrial-manufatureiro no Brasil. Revista Brasileira de Educação. Mai/jun/jul/ago 2000, n.14.
FARIA, L. H. P.; PEREIRA, M. A. F. (orgs). Santos na Modernidade Capitalista: novas abordagens e releituras de velhas fontes. São Paulo: E-manuscrito, 2019.
FARIA, L. H. P. Vila Mathias: em Santos, um pequeno Portugal. In VALENTE, H. de A. D. Trago o fado nos sentidos: cantares de um imaginário atlântico. São Paulo: Letra e Voz/FAPESP, 2013.
GOHN, M. G. Educação não formal, participação da sociedade civil e estruturas colegiadas nas escolas. Ensaio: aval. pol. públi. Educ ., Rio de Janeiro, v.14, n.50, jan/mar. 2006. Disponível em < http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v14n50/30405/ > Acesso em 22.mar.2020.
GONDRA, J. G. Artes de Civilizar: medicina, higiene e educação escolar na Corte Imperial. Disponível em: http://anpuh.org/anais/wpcontent/uploads/mp/pdf/ANPUH.S23.0522.pdf Acesso em: 14.out.2014.
HERSCHMAN, M., KROPF, S. e NUNES, C. Missionários do progresso: médicos, engenheiros e educadores no Rio de Janeiro – 1870-1937. Rio de Janeiro: Diadorim, 1996.
HONORATO, C. 1996. O polvo e o porto: a Cia Docas de Santos (1888 – 1914). São Paulo: HUCITEC.
JULIA, D. A cultura escolar como objeto histórico. Revista Brasileira de História da Educação, n. 1, jan./jun., 2001.
LANNA, A. L. D. Uma cidade na transição: Santos 1870 – 1930. São Paulo: Hucitec, 1996.
LOPES, E. M. T., FARIA FILHO, L. M. e VEIGA, C. G. 500 Anos de Educação no Brasil. Belo Horizonte, MG: Autêntica, 2007.
MATHIAS, D. dos S. “Ensina a creança amar a patria”: sinais e representações sobre a educação moral e cívica, segundo Porchat de Assis. Anais do VII Simpósio de História Cultural. São Paulo, USP, 2014. Disponível em: http://gthistoriacultural.com.br/VIIsimposio/Anais/Daniel%20Santos%20Mathias.pdf. Acesso em: 20.jan.2021.
NAGLE, J. A Educação na Primeira República. In: FAUSTO, B. (org). História Geral da Civilização Brasileira. São Paulo: Bertrand Brasil. Tomo III, v.2, cap.VII, 1990. pp. 259 - 291.
___________. Educação e sociedade na Primeira República. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.
PEREIRA, M. A. F. Julio Conceição, um grande homem. In Leopoldianum. Santos, 1990, v. XVI, n. 47, p.13-22, abril 1990.
___________. Santos nos caminhos da educação popular (1870-1920). São Paulo: Loyola/Prefeitura Municipal de Santos, 1996.
___________. Eduquemos: um manual para a formação de professores em Santos, em 1915. II Seminário sobre Leitura, Escola, História [s/d]: Associação de Leitura do Brasil. Disponível em: Disponível in: http://alb.com.br/arquivo-morto/edicoes_anteriores/anais15/Sem08/mariapereira.htm. Acesso em: 20.jan.2021.
PEREIRA, M. A. F.; AZEVEDO, N. de L.; FRUTUOSO, M. S. G.; SILVA, I. R. da; MATOS, M. I. S. de; ANDRADE, W. T. F. de; SERRANO, F. S. Santos: café & história. Santos (SP): Editora Universitária Leopoldianum, 1995. 128 p.
PEREIRA, M. R. M.; SOLLER, M. A.; MATOS, M. I. S. de (Org.). A cidade em debate. São Paulo (SP): Olho d'Água, 1999.
PORCHAT DE ASSIS, A. Eduquemos. Santos: Instituto D. Escholastica Rosa, 1915.
REIS FILHO, C. dos. A educação e a ilusão liberal. São Paulo: Cortez, 1981.
ROSEMBERG, A. Ordem e Burla: Processos sociais, escravidão e justiça em Santos. São Paulo: Edusp, 2006.
SANTOS, D. V. C. dos. Acerca do Conceito de Representação. Revista de Teoria da História. Ano 3, Número 6, dez/2011 Universidade Federal de Goiás.
SARTORI, C. Na alvorada de um sport: o remo na ilha de Santa Catarina Dissertação (Mestrado em História), Universidade Federal de Santa Catarina, 2013.
SCHELBAUER, A. R. O método intuitivo e lições de coisas no Brasil do século XIX. In: STEPHANOU, M. e BASTOS, M. H. C. (orgs.). Histórias e Memórias da educação no Brasil, vol. II, Século XIX. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005.
SILVA, W. D. da. O Instituto Dona Escolástica Rosa: a Gestão de Pedro Crescenti (1934 a 1945). Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade Católica de Santos, 2010.
SILVEIRA, M. C. Imigrantes italianos em Limeira – SP: a terra, política e instrução escolar (1880-1900). Dissertação (Mestrado em Educação) Faculdade de Educação, Universidade de Campinas, 2007.
TAVARES, R. R., A ‘Moscouzinha’ brasileira – Cenários e personagens do cotidiano operário de Santos (1930 - 1954). São Paulo: Associação Editorial Humanitas: Fapesp, 2007.
VAMPRÉ. S. Memórias para a história da Academia de São Paulo. Volume II, São Paulo: Instituto Nacional do Livro, 1977.
VIDAL, D. G. Escola nova e processo educativo. In: LOPES, Eliane Marta Teixeira, FARIA FILHO, Luciano Mendes e VEIGA, Cynthia Greive. 500 Anos de Educação no Brasil. Belo Horizonte, MG: Autêntica, 2007.
VIEIRA, M. T. B. P. "Preparar Cabeças Inteligentes": A Educação Intelectual segundo Arthur Porchat de Assis. Anais do VIII Congresso Brasileiro de História da Educação. Universidade Estadual de Maringá, 29 de Junho a 02 julho de 2015.
___________. Asilo de Órfãos de Santos: assistência à infância desvalida (1889-1914). Dissertação (Mestrado em Educação), Universidade Católica de Santos, 2006.
___________. O Asilo de Órfãos de Santos na engrenagem da cidade (1908-1931). Tese (Doutorado em Educação), Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, 2012.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).
