A NAÇÃO COMO NARRATIVA MASCULINA: AS CONSTRUÇÕES NACIONALISTAS DO GÊNERO E A FALA DAS MULHERES NO RAP BRASILEIRO ENTRE 1990 E 2005
Resumen
No presente artigo a forma como o Rap brasileiro se produz como uma narrativa dissidente em relação a narrativa de formação da nação e do Estado Nacional, ao mesmo tempo que enfatiza a necessidade de reconhecer suas múltiplas agências e polivocalidade, a partir da análise da narrativa feminina. Realiza-se aqui uma análise de letras de rappers mulheres escritas entre os anos 1990 e 2005, período em que se inicia um processo nacional de afirmação da mulher no Hip Hop. A violência é apontada por diversos estudos sobre as relações de gênero como um dos elementos definidores do masculino ao mesmo tempo ela é anunciada como uma matriz cultural da sociedade brasileira. Assim, ao analisar a narrativa das mulheres, busca-se no enfrentamento ao “sexismo racializado”, no contexto do Rap, um léxico crítico de (re)leitura da nação.
Citas
BHABHA, Homi K. O Pós-colonial e o Pós-moderno: a questão da agência. In_________. O Local da Cultura. Belo Horizonte. Ed UFMG. 2005.
CHATTERJEE, Partha. A Nação em Tempo Heterogênio. Colonialismo, Modernidade e Política. Salvador. Ed UFBA. 2004.
COLLINS, Patricia H. Aprendendo com a outside within: a significação sociológica do pensamento feminista negro. Revista Sociedade e Estado, v.31.n.1 Jan/Abr 2016.
FANON, Frantz. Pele Negras, Máscaras Brancas. Salvador, EDUFBA, 2008.
GILROY, Paul. Roots and Routes: black identity as an Outernational Project. In GRIFFITH, Ezca, BLUE, Howard & HARRIS, Herbest (ed.). Racial and Ethnic Identity: psychological development and creative expression. London / New York. Routledg. 1995.
hooks, bell. Sexism and the Black Female Slave Experience. Ain’t I a Woman: black woman and feminism Boston. South End Press. 1992A.
hooks, bell. Reconstructing Black Masculinity. Black Looks: race and representation. Boston. South End Press. 1992B.
LERMA, Betty Ruth L. El Feminismo no puede ser uno porque las mujeres somos diversas: aportes a un feminismo negro decolonial desde la experiencia de las mujeres negras del pacífico colombiano. GUZNAN, Alejandra de S. et. all. (org) Mujeres Intelectuales: feminismo y liberacion en America Latina y en Caribe. Buenos Aires, CLACSO. 2017.
MALDONADO-TORRES, Nelson. Sobre la colonialidad del ser: contribuciones al desarrollo de un concepto. CASTRO-GÓMEZ, Santiago & GROSFOGUEL, Ramón. (org.) El giro decolonial: Reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogota. Siglo del Hombre Editores. 2007.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, Eurocentrismo e América Latina. In. LANDER, Edgard (org). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires, CLACSO, 2005.
SEGATO, Rita Laura. La Estructura de Gênero y el Mandato de Violacion. Las Estructuras Elementales de la violencia. Bernal. Universidad Nacional de Quilmes. 2003.
SEGATO, Rita Laura. Raça é Signo. Brasília, Dep. de Antropologia UnB. 2005. (Série Antropologia nº 372).
SUDBURY, Julia. Outros tipos de sonhos: organizações de mulheres negras e política de transformação. São Paulo. Summus, 2003.
WELZER-LANG, Daniel. A Construção do Masculino: dominação das mulheres e homofobia. Estudos Feministas v. 2 n. 9 Rio de Janeiro, IFCS/UFRJ, 2001.
WILLIANS, Brackette F. Introduction: mannish and gender after the act. Women out of Place: the gender of agency and the race of nationality. New York and London, Routledge, 1996.
ZALUAR, Alba. Condomínio do Diabo. Rio de Janeiro, Revan / Ed. UFRJ. 1994.
ZANOTTA MACHADO, Lia. Masculinidade, Sexualidade e Estupro: as construções da virilidade. Cadernos Pagu. n° 11. Campinas, Ed. da Unicamp. 1998.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).