ATENÇÃO BÁSICA: PRÁTICAS DE SAÚDE MENTAL E SEUS DESAFIOS

Resumen

Este estudo tem como objetivo ampliar o horizonte compreensivo sobre a Atenção Primária em Saúde Mental no Agreste de Pernambuco. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que elegeu a Hermenêutica Fenomenológica para compreensão de sua questão bússola – a experiência de profissionais na Atenção Básica em Saúde Mental. Os participantes do estudo foram quatro profissionais de saúde da Atenção Básica, de ambos os sexos, com mais de três anos de experiência. A Entrevista Narrativa e o Diário de Campo da pesquisadora foram os recursos metodológicos. A compreensão dos dados seguiu a Hermenêutica Filosófica de Gadamer. Foi possível considerar a insuficiência dos modelos tradicionais naturalistas como respostas às demandas que solicitam dos técnicos abertura ao que se encontra inaudível do acontecer humano. É preciso exercer uma clínica que possa acompanhar a tessitura do cuidado que o usuário já realiza em sua hermenêutica, como modo de se apropriar de suas possibilidades existenciais de ser-no-mundo.

Biografía del autor/a

Sllaney Drielly Siqueira Correia da Silva, Universidade de Pernambuco

Mestra em Psicologia e Saúde Mental pelo Programa de Pós-Graduação/Stricto Sensu da Universidade de Pernambuco (2019). Especialista em Gestão da Clínica nas Regiões de Saúde pelo Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa em parceria com o Sistema Único de Saúde (2016). Graduação em Psicologia pela Universidade de Pernambuco (2011). Lattes: http://lattes.cnpq.br/4893027824056368. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9009-8555. E-mail: drielly.siqueira@hotmail.com

Ana Maria de Santana, Universidade de Pernambuco

Doutora em Psicologia Clínica pela Universidade Católica de Pernambuco (2017); Mestra em Psicologia Clínica pela Universidade Católica de Pernambuco (2001). Especialização em Psicologia Clínica da abordagem Fenomenológica Existencial pela Universidade Católica de Pernambuco (1997). Estágio pós-doutoral pela Universidade de Pernambuco (2020). Graduada em Psicologia pela Universidade Federal de Pernambuco (1983). Professora Adjunta do Curso de Psicologia da Universidade de Pernambuco com atuação na Graduação; Especialização; Residência em Saúde Mental/UPE e no Mestrado de Saúde Mental/UPE. Pesquisadora vice-líder do Laboratório de Pesquisa em Ação Clínica e Saúde - LACS/UPE. Membro do GT- Práticas Psicológicas em Instituições: atenção, desconstrução, invenção da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em psicologia - ANPEPP. Psicóloga da Secretaria de Saúde do Recife com atuação em Policlínica e em territórios sanitários. Lattes: http://lattes.cnpq.br/0535411679998122. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6029-6550. E-mail: ana.santana@upe.br

Citas

BARRETO, C. L. B. T. Ação clínica e os pressupostos fenomenológicos existenciais. 2006. 218 p. Tese (Doutorado em Psicologia) – Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018.

BARRETO, C. L. B. T.; PRADO. R. A. A; LEITE. D. F. C. C. S. Hermenêutica Filosófica de Gadamer e Pesquisa em Psicologia. In: Cabral, B. E. B.; Szymanski, L., Moreira, M. I. B., Schmidt, M. L. S. (orgs.). Práticas em pesquisa e pesquisa como prática: experimentações em psicologia. Curitiba: CRV, 2019. p. 49-66.

BENJAMIN, W. O Narrador: Considerações sobre a obra de Nikolai Leskov. In: BENJAMIM, W. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. 3. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994. p. 197-221.

BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde mental. Cadernos de Atenção Básica, n. 34. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n. 648, de 28 de março de 2006. Dispõe sobre a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica para o Programa da Saúde da Família (PSF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (Pacs). Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/prt0648_28_03_2006_comp.html. Acesso em: 05 mai. 2018.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n. 3.088, de 23 de dezembro de 2011. Institui a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt3088_23_12_2011_rep.html. Acesso em: 17 jun. 2018.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n. 3.925, de 13 de novembro de 1998. Aprova o Manual para a Organização da Atenção Básica no Sistema Único de Saúde. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/1998/prt3925_13_11_1998_rep.html. Acesso em: 04 abr. 2018.

CASTEL, R. A discriminação negativa: cidadãos ou autóctones? Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

CARDINALLI, I. E. Heidegger: O estudo dos fenômenos humanos baseados na existência humana como o ser-aí (Dasein). Psicologia USP, São Paulo, v. 26, n. 2, p. 249-258, 2015. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0103-656420135013. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pusp/v26n2/0103-6564-pusp-26-02-00249.pdf. Acesso em: 13 jan. 2018

CAMPOS, W. S. Saúde Paidéia. 4. ed. São Paulo: Hucitec Editora, 2013.

DUTRA, E. A narrativa como uma técnica de pesquisa fenomenológica. Estudos de Psicologia, Natal, v. 7, n. 2, p. 371-378, 2002. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-294X2002000200018. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/epsic/v7n2/a18v07n2.pdf.

DUTRA, E. Suicídio e desassossego: Pensamentos sobre a morte voluntária em tempos de técnicas. In: Dutra, E. (org.). O desassossego humano na contemporaneidade. Rio de Janeiro: Via Verita, 2018. p. 103-126.

FERREIRA NETO, J. L. Psicologia, políticas públicas e o SUS. 2. ed. São Paulo: Escuta, 2011.

FLICK, U. Introdução à pesquisa qualitativa. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.

HEIDEGGER, M. Ensaios e conferências. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.

MINAYO, M. C. Apresentação. In: Gomes, R. Pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: Instituto Sírio-Libanês, 2014.

MINAYO, M. C. (org.). Pesquisa Social. Teoria, método e criatividade. 18. ed. Petrópolis: Vozes, 2001.

PELIZZOLI, M. Saúde em novo paradigma: Alternativas ao modelo de doença. Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2011.

RODRIGUES, J. T. Terror, medo e pânico: manifestações da angústia no contemporâneo. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2006.

SÁ, R. N.; BARRETO, C. L. B. T. A noção fenomenológica de existência e as práticas psicológicas clínicas. Estudos de Psicologia, Campinas, v. 28, n. 3, p. 389-394, 2011. DOI:https://dx.doi.org/10.1590/S0103-166X2011000300011. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/estpsi/v28n3/a11v28n3.pdf. Acesso em: 05 mai. 2018.

SANTANA, A. M.; SIQUEIRA LEITE, D. F. C. C. Ressonâncias da Fenomenologia Existencial no contexto da saúde. In: BARRETO, C. L. B. T. (coord.); SIQUEIRA LEITE, D. F. C. C.; SILVA, E. F. G. (orgs.). Clínica psicológica e sofrimento humano: uma perspectiva fenomenológica existencial. Curitiba: CRV, 2018. p. 113-128.

SCHWANDT, T. A. Três posturas epistemológicas para a investigação qualitativa. In: DENZIN, N.; LINCOLN, I. S. (orgs.). O planejamento da pesquisa qualitativa: teorias e abordagens. Porto Alegre: Artmed, 2006. p. 193-217.

TRANSTORNOS mentais estão entre as maiores causas de afastamento do trabalho. Revista Proteção, Novo Hamburgo, 18 abr. 2019. Disponível em: https://protecao.com.br/imp-noticia/imp-noticia-geral/transtornos-mentais-estao-entre-as-maiores-causas-de-afastamento-do-trabalho/. Acesso em: 17 out. 2019.

Publicado
2021-08-27