ESCOLAS DO FUTURO E DIFERENÇAS CULTURAIS DESDE O PARADIGMA DA COMPLEXIDADE

Resumen

O paradigma newtoniano-cartesiano baseia a escola contemporânea como instituição fundamentalmente excludente. Diante disto, o objetivo deste trabalho é propor o paradigma da complexidade como base para uma escola do futuro que construa relações positivas com as diferenças culturais. Para tanto, foi realizada breve revisão de literatura apoiada na abordagem de pesquisa qualitativa, o que possibilitou articular e sistematizar perspectivas de autores que refletem sobre a relação entre escola e cultura, bem como sobre o paradigma da complexidade. O pensar complexo é fundamentalmente aberto à diversidade, permitindo pensar a educação e as escolas do futuro como instituições de humanização dos seres humanos em suas diferenças. Consideramos que a relação profícua com as diferenças não é questão periférica para uma escola do futuro; é sim uma dimensão relevante e urgente em uma educação que emerge do paradigma da complexidade.

Biografía del autor/a

Jonathas Vilas Boas de Sant'Ana, Universidade Estadual de Goiás
Graduado em Pedagogia pela Universidade Estadual de Goiás. Mestrando do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Educação, Linguagem e Tecnologias da Universidade Estadual de Goiás - PPG-IELT/UEG.
João Henrique Suanno, Universidade Estadual de Goiás
Pós-Doutorado em Educação – 2014 - Universidade de Barcelona/ES. Doutor em Educação – 2013 – Universidade Católica de Brasília/DF. Mestre em Educação – 2006 - Universidad de la Habana/PUC-GO. Psicopedagogo – 1994 - UCG/GO. Psicólogo – 1991 - UCG/GO. Professor do quadro permanente do PPGSS Interdisciplinar em Educação, Linguagem e Tecnologias – IELT, da Universidade Estadual de Goiás. Professor titular efetivo e dedicação exclusiva da Universidade Estadual de Goiás – UEG. Líder do Grupo de Pesquisa em Rede Internacional Investigando Escolas Criativas e Inovadoras, cadastrado no Diretório de Grupo de Pesquisa no Brasil (DGP/CNPq), com o espelho: dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/3099529237639999. Membro do grupo de pesquisa ECOTRANSD – Ecologia dos Saberes, Transdisciplinaridade e Educação, coordenado pela profa. Dra. Maria Cândida Moraes, cadastrado no Diretório do Grupo de Pesquisa no Brasil (DGP/CNPq), com o espelho: dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/9055300485853638. Membro do grupo de pesquisa ARGUS – Estudos de Cultura, Linguagem e Comportamento, coordenado pela profa. Dra. Débora Cristina dos Santos, cadastrado no Diretório do Grupo de Pesquisa no Brasil (DGP/CNPq), com o espelho: espelho: dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/4115328113763452. Pesquisador colaborador no projeto docência Transdisciplinar: a complexidade de uma prática a ser construída a partir de cenários e redes de aprendizagem integrada e ecoformadora. Membro da Rede Internacional de Escolas Criativas – RIEC-UB e RIEC-Brasil. 

Citas

ALVES, Maria Dolores Fortes. Da “deficiência” a resiliência: refazendo a tessitura da vida. In: SUANNO, Marilza Vanessa Rosa; DITTRICH, Maria Glória; MAURA, Maria Antònia Pujol (orgs.). Resiliência, criatividade e inovação: potencialidades transdisciplinares na educação. Goiânia: UEG, 2013. p. 59-70.

ASSIS, Lúcia Maria de Assis. As condições de trabalho dos professores da educação básica em Goiás. In: OLIVEIRA, João Ferreira de; OLIVEIRA, Dalila Andrade; VIEIRA, Lívia Fraga (orgs.). O trabalho docente na educação básica em Goiás. Belo Horizonte: Traço Fino, 2012.

BORTONI-RICARDO, Stella Maris. O professor pesquisador: introdução à pesquisa qualitativa. São Paulo: Parábola, 2008.

CANÁRIO, Rui. A escola: das “promessas” às “incertezas”. Educação Unisinos, vol. 12, nº 2, mai./ago. 2008.

_____________. A escola tem futuro?: das promessas às incertezas [recurso eletrônico]. Porto Alegre: Artmed, 2007.

CANDAU, Vera Maria. Cotidiano escolar e cultura (s). In: CANDAU, Vera Maria (org.). Reinventar a escola. 7. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.

___________________. Diferenças culturais, cotidiano escolar e práticas pedagógicas. In: CANDAU, Vera Maria (org.). Didática crítica intercultural: aproximações. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.

CAPRA, Fritjof. As conexões ocultas: ciência para uma vida sustentável. São Paulo: Cultrix, 2002.

CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. 6. ed. Trad. Roneide Venancio Majer. São Paulo: Paz e Terra, 2002.

FLICK, Uwe. Introdução à pesquisa qualitativa. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.

GOHN, Maria da Glória. Movimentos sociais e redes de mobilizações civis no Brasil contemporâneo. 5. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.

MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 12. ed. São Paulo: Hucitec, 2010.

MORAES, Maria Cândida. O paradigma educacional emergente: implicações na formação do professor e nas práticas pedagógicas. Em Aberto, ano 16, nº 70, abr./jun. 1996.

____________________. O paradigma educacional emergente. 16. ed. Campinas, SP: Papirus, 2012.

____________________. Educação e sustentabilidade: um olhar complexo e transdisciplinar. In: MORAES, Maria Cândida; SUANNO, João Henrique (orgs.). O pensar complexo na educação: sustentabilidade, transdisciplinaridade e criatividade. Rio de Janeiro: Wak, 2014.

____________________. Transdisciplinaridade, criatividade e educação: fundamentos ontológicos e epistemológicos. Campinas, SP: Papirus, 2015a.

____________________. Da ontologia e epistemologia complexa à metodologia transdisciplinar. Terceiro Incluído, vol. 5, nº 1, jan./jun. 2015b.

MORIN, Edgar. O método I: a natureza da natureza. 2. ed. Trad. Maria Gabriela de Bragança. Lisboa: Publicações Europa-América, 1977.

____________. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 2. ed. Trad. Catarina Eleonora F. da Silva e Jeanne Sawaya. Brasília, DF: UNESCO, 2000.

_____________. A via para o futuro da humanidade. Trad. Edgard de Assis Carvalho e Mariza Perassi Bosco. 2. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2015.

MORIN, Edgar; CIURANA, Emilio-Roger; MOTTA, Raúl Domingo. Educar na era planetária: o pensamento complexo como método de aprendizagem no erro e na incerteza humana. Trad. Sandra Trabucco Valenzuela. São Paulo: Cortez, 2003.

MOSÉ, Viviane. O homem que sabe: do homo sapiens à crise da razão. 5. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2012.

SANT’ANA, Jonathas Vilas Boas de; LOPES, Cristiane Rosa. Educação brasileira e diversidade étnico-racial: a escola, a exclusão do negro e a necessidade de reinvenção escolar. Revelli, vol. 7, nº 2, dezembro, 2015.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes. In: SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula (orgs.). Epistemologias do sul. Coimbra: Almedina, 2009.

SODRÉ, Muniz. Reinventando a educação: diversidade, descolonização e redes. 2. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.

SUANNO, Marilza Vanessa Rosa; TORRE, Saturnino de la; SUANNO, João Henrique. Rede internacional de escolas criativas. In: PINHO, Maria José de; SUANNO, Marilza Vanessa Rosa; SUANNO, João Henrique (orgs.). Formação de professores e interdisciplinaridade: diálogo investigativo em construção. Goiânia: América, 2014.

SUANNO, João Henrique. Práticas inovadoras em educação: uma visão complexa, transdisciplinar e humanística. In: MORAES, Maria Cândida; BATALLOSO NAVAS, Juan Miguel. Complexidade e transdisciplinaridade em educação: teoria e prática docente. Rio de Janeiro: Wak, 2010.

______________________. Por que uma escola criativa? Polyphonía, v. 27, nº 1, jan./jun., 2016.

TORRE, Saturnino de la. Adversidade e diversidade criadoras: desenvolvendo outra consciência. In: TORRE, Saturnino de la; ZWIEREWICZ, Marlene; FURLANETTO, Ecleide Cunico (orgs.). Formação docente e pesquisa interdisciplinar – criar e inovar com outra consciência. Blumenau: Nova Letra, 2011.

VILAÇA, Márcio Luiz Corrêa. Pesquisa e ensino: considerações e reflexões. E-scrita, vol. 1, nº 2, mai./ago., 2010.

Publicado
2017-11-07