POR QUE EU TENHO QUE BRINCAR NA RUA? REFLEXÕES ÉTICAS, METODOLÓGICAS E EPISTEMOLÓGICAS SOBRE UM PERCURSO DE PESQUISAS COM CRIANÇAS NAS CIDADES
Resumen
O artigo busca contribuir com reflexões éticas, metodológicas e epistemológicas articuladas a um percurso de pesquisa de campo com crianças em diferentes cidades, Fortaleza e Campinas, entre os anos de 2008 e 2014. Os principais dados apresentados foram extraídos de uma pesquisa mais ampla realizada com crianças ricas moradoras de bairros nobres da cidade de Fortaleza. Partindo de uma antropologia que tem as crianças como protagonistas e de uma questão específica colocada durante o campo (“Por que eu tenho que brincar na rua?”), buscamos problematizar o ponto de vista das crianças sobre suas experiências de morar e viver nas cidades contemporâneas, compreendendo que seus sentidos e usos da/na cidade são singulares. O texto analisa e discute sobre algumas leituras que sujeitam as crianças a “não experiência na/da cidade” e procura privilegiar a relação infância/cidade via modalidades diversas de enfrentamento com a metrópole.
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