VIRTÙ E FORTUNA EM MAQUIAVEL

  • Miquéias Serrão Marques Marques Secretaria Municipal de Assistência Social / SEMAST
  • Hosana Oliveira de Andrade Andrade Professora de Filosofia da Secretaria Estadual de Educação /SEED-AP https://orcid.org/0000-0001-9659-6651

Resumen

No presente estudo analisamos as concepções de virtù e fortuna discutidas por Maquiavel ao longo de O Príncipe e os Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio – os Discorsi. O questionamento que orientou a escrita deste artigo foi saber se as concepções de virtù e fortuna utilizadas nas duas referidas obras apresentam as mesmas conotações e características. Argumentamos que em O Príncipe a virtù refere-se às qualidades políticas e morais do governante enquanto que no Discorsi a virtù também se manifesta no povo. Na leitura do Discorsi o foco de análise é a república romana e as constantes discórdias sociais existentes entre a plebe e a nobreza. Em O Príncipe a fortuna impõe obstáculo à ação política do governante e no Discorsi também impõe dificuldades à ação política do povo. Exploramos as características da virtù do legislador e do povo e a influência da fortuna no exercício do poder político do governante e da ação em conjunto dos cidadãos. O príncipe vive seus dias de glória ao ordenar um Estado duradouro capaz de proteger seus cidadãos contra os inimigos estrangeiros, garantindo-lhes segurança e paz, enquanto que a virtù do povo é indispensável para assegurar participação política e liberdade cívica.

Biografía del autor/a

Miquéias Serrão Marques Marques, Secretaria Municipal de Assistência Social / SEMAST

Mestre em Ciência Política pela Universidade Federal do Pará / PPGCP-UFPA. Atua como sociólogo da Secretária Municipal de Assistência Social e do Trabalho / SEMAST.

Hosana Oliveira de Andrade Andrade, Professora de Filosofia da Secretaria Estadual de Educação /SEED-AP

Mestranda em Educação (PPGED/UNIFAP), Professora de Filosofia da Rede Estadual de Ensino – SEED/AP.

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Publicado
2022-05-17