CONTRIBUIÇÃO DE PEDRO CARDOSO, 'SEU ROQUE', PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE INFANTIL NA ILHA DE SANTANA - AP

Abstract

O estudo sobre Pedro Cardoso, conhecido como "Seu Roque", ressalta a importância das práticas tradicionais de cura na saúde da comunidade da Ilha de Santana, Amapá. Como benzedeiro, Seu Roque complementa os serviços de saúde convencionais e promove bem-estar e confiança entre os moradores. Suas habilidades no tratamento de doenças infantis o tornaram uma figura respeitada, evidenciando a interconexão entre cultura, saúde e comunidade. A metodologia da História Oral, ao valorizar vozes frequentemente marginalizadas (Thompson, 1992), permite uma narrativa rica e multifacetada. Essa abordagem qualitativa, conforme Denzin e Lincoln (2006), propicia uma compreensão mais profunda dos fenômenos sociais. O papel de Seu Roque vai além do alívio físico, oferecendo também conforto emocional e espiritual, fundamental para o bem-estar das famílias. Descolonizar a historiografia, conforme Dussel (1993), é essencial para reconhecer saberes tradicionais, desafiando narrativas dominantes e promovendo uma reflexão crítica sobre a colonialidade e suas implicações.

 

Author Biographies

Juliana de Lima Melo, Universidade do Estado do Amapá (UEAP)

Graduada em Licenciatura Plena em Pedagogia pela Universidade do Estado do Amapá (UEAP), 2023.

Vitor Sousa Cunha Nery, Universidade do Estado do Amapá (UEAP)

Doutor em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Pará (PPGED-UFPA, 2021). Professor do Curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade do Estado do Amapá (UEAP), Macapá.

References

BRANDÃO, C.R. O que é Educação Popular. São Paulo: Brasiliense, 2006.

CERTEAU, M. A invenção do cotidiano I: as artes do fazer. Petrópolis: Vozes, 1994.

DENZIN, N. K. e LINCOLN, Y. S. Introdução: a disciplina e a prática da pesquisa qualitativa. In: DENZIN, N. K. e LINCOLN, Y. S. (Orgs.). O planejamento da pesquisa qualitativa: teorias e abordagens. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. p. 15-41.

DUSSEL, Enrique. O encobrimento do outro: a origem do mito da modernidade. Petrópolis-RJ: Vozes, 1993.

FRICKER, Miranda. Epistemic Injustice: Power and the Ethics of Knowing. New York: Oxford University Press, 2007.

FERREIRA, Sérgio Baetta. As cirurgias espirituais no contexto espírita paulista e a edificação hospitalar do Instituto Medicina do Além. 2020. Dissertação (Mestrado em Sociologia) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2020. Disponível em: https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/13281

GOHN, Maria da Glória. Educação não formal e cultura política. São Paulo: Cortez, 2006.

GUIMARAES, Ananias Facundes et al. Acesso a serviços de saúde por ribeirinhos de um município no interior do estado do Amazonas, Brasil. Rev Pan-Amaz Saude, [S.l.], v. 11, 2020. Disponível em: http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2176-62232020000100012&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 25 out. 2023. Epub 21-Maio-2020. ISSN 2176-6215. http://dx.doi.org/10.5123/s2176-6223202000178.

HAMPATÉ BÁ, A. A tradição viva. In: KI-ZERBO, Joseph (Ed.) História Geral da África, I: Metodologia e pré-história da África. 2ª ed. Brasília: UNESCO, 2010.
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Brasileiro de 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2012.

KRENAK, A. Futuro Ancestral. Companhia das letras, São Paulo, 2022.

LARROSA BONDÍA, Jorge. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Educação & Realidade , Porto Alegre, v. 1, pág. 23-42, jan./fev./mar./abr. 2002. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbedu/a/Ycc5QDzZKcYVspCNspZVDxC/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 01.03.2024.

PEREIRA, Nilton Mullet. Ensino de História e resistência: notas sobre uma história menor. In: Elison Antonio Paim. (Org.). Patrimônio Cultural e Escola. 1. ed. Florianópolis: NUP/CED/UFSC, 2017. p. 227-246.

ROMÃO, T. L. C.. SINCRETISMO RELIGIOSO COMO ESTRATÉGIA DE SOBREVIVÊNCIA TRANSNACIONAL E TRANSLACIONAL: DIVINDADES AFRICANAS E SANTOS CATÓLICOS EM TRADUÇÃO. Trabalhos em Linguística Aplicada, v. 57, n. 1, p. 353–381, jan. 2018.

RIVERA Cusicanqui, Silvia. Ch’ixinakax utxiwa. Una reflexión sobre prácticas y discursos descolonizadores. Buenos Aires: Tinta Limón, 2010. Pinturas. 80 pp.

SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula. (Orgs.) Epistemologias do Sul. São Paulo; Editora Cortez, 2009.

MIGNOLO, W. La Idea de América Latina. Barcelona: Editorial Gedisa, 2007.

MAUÉS, Raymundo Heraldo. 1994. “Medicinas populares e 'pajelança cabocla' na Amazônia”. In: ALVES, Paulo César; MINAYO, Maria Cecília de Souza (organizadores). Saúde e doença um olhar antropológico. Rio de Janeiro: Fiocruz.

OLIVEIRA NEVES, L.J. Desconstrução da Colonialidade: Iniciativas Indígenas na Amazônia, 2008, disponível em: http://journals.openedition.org/eces/1302. Acesso em: 13 março de 23

SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014.
Published
2024-11-25