REALIDADE DESINTEGRADA: ASPECTOS DO CUBISMO EM ANACRUSA, DE RICARDO DAUNT

Abstract

As inovações do romance contemporâneo resultam da ruptura ocorrida no início do século XX, encabeçada por nomes como Joyce, Virgínia Woolf e Proust. Desta maneira, encontraremos, ainda nos romances do século atual, resquícios da ruptura anunciada por Paz (1974). Assim, há na construção da personagem principal de Anacrusa (2004), Isabel, detalhes da vanguarda francesa que ficou conhecida por Cubismo. Essa personagem, além apresentar em sua descrição referências ao cubismo, apresenta uma realidade construída de forma desintegrada quando, em sua primeira aparição na obra é dada como morta, e na segunda cena como viva. As observações elencadas levaram-nos à constatação da necessidade de aprofundamento de estudos sobre os aspectos cubistas na referida obra de Daunt. Para atingirmos esse objetivo, utilizamos o método dialético de Candido (2006) para analisarmos a obra considerando seus aspectos estruturais e sociais. Sobre o Cubismo, tomamos como base, entre outros, Teles (2002) e Queiroz e Aguiar (2015).