NAS TESSITURAS DO RESTO E DA SOLIDÃO: PENÉLOPE E O FEMININO
Abstract
O presente trabalho busca fazer uma análise da personagem Penélope, presente na obra Odisseia, de Homero. Aposta-se na jornada do tecer, dentre outros artifícios utilizados por ela, enquanto dimensões que atestam o não-todo do feminino, desse modo, para além dos cânticos homéricos, parte-se de uma revisão bibliográfica narrativa de autores psicanalíticos, como Sigmund Freud, Jacques Lacan e comentadores. A partir desse aporte teórico, o texto apresenta como questionamento “o que resta (h)À mulher quando destituída de seus aparatos fálicos?”. O que se entrelaça à figura literária os conceitos como o falo, o objeto a, o real e a solidão, enquanto fundamentais nos desdobramentos d’A mulher para tecer, para além do falo, fio a fio, a si mesma.
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