CONTRIBUIÇÕES PSICANALÍTICAS SOBRE O RACISMO BRASILEIRO:UMA HISTÓRIA FEITA POR MULHERES NEGRAS
Abstract
Este artigo se propõe a discutir as principais contribuições psicanalíticas para os estudos sobre o racismo no Brasil, demonstrando que se trata de uma história construída sobretudo por mulheres negras. Destaca o trabalho de Virgínia Bicudo como antecessora dessas contribuições, que se desdobram posteriormente em três tempos: o primeiro tempo é representado pela obra de Neusa Souza, que destaca as incidências coloniais e subjetivas do racismo no inconsciente; o segundo tempo é situado a partir de Lélia Gonzalez, que estabelece um contraponto teórico, focando nas figuras da mãe-preta e seu papel na transmissão da lalíngua amefricana, uma dimensão da negritude que resiste à dominação colonial. O terceiro tempo é remetido ao atual momento de retomada dos estudos raciais pela psicanálise brasileira, como um tempo de coletivização da produção e de compromisso político com o resgate das perspectivas de crítica do racismo e de afirmação da negritude.
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