“CABELO DE BOMBRIL” OU “CABELO ALISABEL”?: REFLEXÕES SOBRE MEMÓRIA, INFÂNCIAS E IDENTIDADE NEGRA
Abstract
O presente artigo discute processos subjetivos de significação de situações de racismo, partindo de análises interpretativas da performance “Cinco anos”, de Luciana Gresta e de reflexões a respeito do romance Americanah, de Chimamanda Adichie (2014), do livro Memórias da Plantação, de Grada Kilomba (2019),e de uma peça publicitária da Bombril veiculada em 2012. A discussão sustenta-se no diálogo com teóricas do feminismo negro, em uma abordagem interseccional, que enfoca os marcadores sociais de gênero, raça, classe e idade. Os efeitos do racismo no corpo da criança negra encobrem a potência infantil do agir, do pensar e do sentir, tornando complexas as possíveis construções de epistemologias antirracistas, mesmo quando o desejo é a resistência. No contexto dasopressões que as meninas negras experimentam cotidianamente, consideramos que narrativas como as que foram apresentadas podem ajudar a traçar caminhos e estratégias para a produção de novas realidades para infância negra, tão mais fragmentada nos processos subjetivos de descolonização.
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