QUEM MATOU O BARÃO HENRIQUE SOBRAL? A CONSTRUÇÃO DA NARRATIVA POLICIAL NA TELENOVELA DE GILBERTO BRAGA

  • Amanda Aouad Almeida Universidade Federal da Bahia
Palavras-chave: telenovelas, narrativa policial, Gilberto Braga, Força de Um Desejo, Quem matou?

Resumo

Este presente artigo apresenta resultados de uma pesquisa sobre a estratégia de criação da narrativa policial na telenovela Força de um Desejo (Globo, 1999) de autoria de Gilberto Braga e Alcides Nogueira com direção geral de Mauro Mendonça Filho. Percebe-se que diversas telenovelas utilizam a estratégia da pergunta “quem matou?” gerando curiosidade e audiência, porém, em sua maioria, a resposta frustra o público por revelar o nome do suspeito mais óbvio, ou de alguém que jamais poderia ser suspeito na visão do espectador. A telenovela Força de um Desejo, no entanto, destacava-se nesse cenário pelo cuidado na construção e resolução desse mistério, que possuía implicações desde o início da trama e por isso, foi objeto de investigação. Foram definidos conceitos de construção de uma telenovela e de narrativas policiais, analisando a trajetória do roteirista / autor Gilberto Braga e suas oito tramas de assassinato que geraram um mistério só revelado no último capítulo, para enfim, debruçar-se sobre a telenovela Força de um Desejo, com uma análise interna detalhada para comprovar a eficácia de sua construção. Levando-se em conta o repertório de telenovelas com esta temática, e analisando em detalhes a trama de Força de um Desejo, foi possível demonstrar o quão bem feito foi esse processo.

Biografia do Autor

Amanda Aouad Almeida, Universidade Federal da Bahia

Doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas, professora da Universidade Salvador - Unifacs. 

Referências

ALBUQUERQUE, Paulo de Medeiros. O mundo emocionante do romance policial. Rio de Janeiro: F. Alves, 1979.
ANGELO, Ivan. Novela das seis merecia horário das oito. Disponível em: http://www.esterdelamare.hpg.com.br/forca.htm Acesso: entre janeiro e julho de 2011
ARISTÓTELES. Poética. (348-322A.C.) Tradução de Vincenzo Cocco. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
ARTHUR, Colin Mc. O Filme Policial. Lisboa: Livros Horizonte, Ltda, 1990.
BARRETO, Rodrigo Ribeiro. Parceiros no clipe. A Atuação e os estilos autorais de diretores e artistas musicais no campo do videoclipe a partir das colaborações Mondino / Madonna e Gondry / Björk. Tese (Doutorado). Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Comunicação, Salvador-BA.
BERNARDO, Andre, LOPES, Cintia. A seguir, cenas do próximo capítulo: as histórias que ninguém contou dos 10 maiores autores de telenovela do Brasil. São Paulo: Panda Books, 2009.
BORELLI, Silvia Helena Simões. Ação, Suspense, Emoção. Literatura e cultura de massa no Brasil. São Paulo: EDUC, 1996.
BORGES, J.L. O Conto Policial – Jorge Luis Borges, cinco visões pessoais. Brasília: UNB, 1985
BRAGA, Gilberto. Anos Rebeldes - os bastidores da criação de uma minissérie. Rio de Janeiro: Rocco. 2010.
CAMARGO, Zeca. Como reconhecer uma novela de Gilberto Braga. Disponível em: http://colunas.g1.com.br/zecacamargo/2007/03/12/como-reconhecer-uma-novela-de-gilberto-braga/ 12/03/07. Acesso em 22 de maio de 2011.
CAMPOS, Flávio de. Roteiro de cinema e Televisão: A arte e a técnica de imaginar, perceber e narrar uma história. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007.
FERNANDES, Ismael. Memória da telenovela brasileira. São Paulo: Brasiliense, 1987.
FILHO, Daniel. O Circo Eletrônico (Fazendo TV no Brasil). Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
FIUZA, Sílvia. (Cord.) Autores. Histórias da teledramaturgia. Memória Globo. Rio de Janeiro: Globo. 2008.
GLOBO, Memória. Dicionário da TV Globo: programas de dramaturgia e entretenimento. Projeto Memória das Organizações Globo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.
GOMES, Gilda Maria das Graças. Mistério e suspense na narrativa policial de Marcos Rey. [manuscrito] / Gilda Maria das Graças Gomes. Juiz de Fora: Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora, 2007. 83p.
GOMES, Wilson. A poética do cinema e a questão do método em análise fílmica. Salvador, BA, 2003 (mimeo).
_____________. Textos de Cultura e Comunicação - Estratégias de produção de encanto: O alcance contemporâneo da Poética de Aristóteles. Salvador: v.35, 1996.
HAMBURGER, Esther. O Brasil Antenado. A sociedade da Telenovela. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.
LISTA DE NOVELAS DO YAHOO. Disponível em: http://br.groups.yahoo.com/group/novelas/ Acesso: Entre 2010 e 2011.
MAYER, Claudino. Quem matou ... O romance policial na telenovela. São Paulo: Annablume, 2010.
MENDES, Cleise Furtado. A gargalhada de Ulisses. Salvador: EDUFBA, 2010
NOGUEIRA, Lissandro. O autor na telenovela. São Paulo: Edusp, 2002.
ORKUT. Comunidades Força de um Desejo, Eu amo Força de um Desejo, Eu sou um personagem de novelas, Só originais de novelas. Disponível em: http://www.orkut.com.br Acesso entre 2010 e 2011.
OROZ, Sílvia. Força de um Desejo. Disponível em: http://www.esterdelamare.hpg.com.br/forca.htm. Acesso entre janeiro e julho de 2011
PALLOTTINI, Renata. Dramaturgia de Televisão. São Paulo: Moderna, 1998.
REIMÃO, Sandra. Literatura Policial Brasileira. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.
RODRIGUES, Erick. Gilberto Braga fez mais uma vítima... Site Trocando de Canal, agosto de 2011. http://trocandodecanal.blogspot.com/2011/08/gilberto-braga-fez-mais-uma-vitima.html Acesso: agosto e setembro de 2011.
ROSENFELD, Anatol. O teatro Épico. São Paulo: Perspectiva, 1985.
SOUZA, Maria Carmem Jacob de (org.). Analisando Telenovelas. Rio de Janeiro: E-papers, 2004b.
____________________________. Telenovela e representação social: Benedito Ruy Barbosa e a representação do popular da telenovela Renascer. Rio de Janeiro: E-papers Serviços Editoriais, 2004a.
TODOROV, T. As estruturas narrativas. São Paulo: Perspectiva, 1979.
TRUFFAUT, François. Hitchcook / Truffaut: entrevistas, edição definitiva. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
XEXÉO, Artur. A Novela é eterna. Revista Veja. Ed. 655, 25 de junho de 1981.
_____________ Janete Clair: A usineira de sonhos, Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2005.
Publicado
2020-12-22