POR UMA PEDAGOGIA DECOLONIAL NO ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA: UMA EXPERIÊNCIA REMOTA DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19
Abstract
Este artigo objetiva evidenciar uma prática pedagógica decolonial no ensino de espanhol como língua adicional em uma escola pública e periférica de Maceió-AL. Essa prática teve como tema o Racismo e foi desenvolvida remotamente durante o distanciamento social decorrido da pandemia da Covid-19. Neste texto, estão sob o foco de análise as produções que culminaram na elaboração de um livro digital de mensagens destinado à Taynara, professora alagoana vítima de um ato racista. Inserido no campo da Linguística Aplicada, este trabalho baseia-se na perspectiva dos estudos decoloniais e do letramento crítico, isto é, na produção de conhecimentos anti-hegemônicos e no desenvolvimento da consciência crítica e problematizadora. A análise indica que, por meio de atitudes decoloniais, é possível deconstruir as práticas pedagógicas, a saber, ressignificar os espaços de aprendizagem, transgredir as formas de ensinar e aprender uma língua adicional e, a reboque, transpor os limites tradicionais das atividades escolares.
References
BAKHTIN, M. Tipos de discurso na prosa. O discurso dostoievskiano. In: BAKHTIN, M. (org.). Problemas da poética de Dostoiévski. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2018. p. 207-234.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, MEC: 2017. 600 p. Disponível em:http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 28 out. 2020.
CADILHE, A.; LEROY, H. Formação de professores de língua e decolonialidade: o estágio supervisionado como espaço de (re) existências. Calidoscópio, [S. l.], v. 18, n. 2, p. 250-270, 2020. DOI 10.4013/cld.2020.182.01. Disponível em: http://revistas.unisinos.br/index.php/calidoscopio/article/view/cld.2020.182.01. Acesso em: 28 out. 2020.
CANAGARAJAH, S. Translingual practice: global Englishes and cosmopolitan relations. New York, Routledge, 2013. 216 p.
D’ÁVILA, M. A educação na pandemia. Correio do Povo, Porto Alegre, 21 jul. 2020.
ESPÍRITO SANTO, D.; SANTOS, K. A invenção do monolinguismo no Brasil: por uma orientação translíngue em aulas de “línguas”. Calidoscópio, [S. l.], v. 16, n. 1, p. 152-162, 2018. DOI 10.4013/cld.2018.161.14. Disponível em: http://revistas.unisinos.br/index.php/calidoscopio/article/view/cld.2018.161.14/0. Acesso em: 28 out. 2020.
FABRÍCIO, B. Linguística Aplicada como espaço de “desaprendizagem”: redescrições em curso. In: MOITA LOPES, L. P (org.). Por uma Linguística Aplicada Indisciplinar. São Paulo: Parábola Editorial, 2006. p. 45-66.
FREIRE, P. Educação. O sonho possível. In: BRANDÃO, C. R. et al (org.). O Educador: vida e morte. Rio de Janeiro: Edições Geral, 1982. p. 89-101.
G1 AL. Professora denuncia ato racista de diretora de colégio particular de Maceió. G1 Alagoas, Maceió, 05 fev. 2020. Disponível em:https://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/2020/02/05/professora-denuncia-ato-racista-de-coordenadora-de-colegio-particular-de-maceio.ghtml. Acesso em: 28 out. 2020.
GULLO, A.; RODRIGUES, L. C. A Base Nacional Comum Curricular e a pergunta que não quer calar? Por que só uma língua estrangeira a aprender? In: GULLO, A.; RODRIGUES, L. C. (org.). Políticas linguísticas e o ensino de LE no Brasil. Rio de Janeiro: UFRJ, 2017. p. 9-18.
HOOKS, B. A língua. In: HOOKS, B. (org.), Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. 2. ed. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2017. p. 223-234.
JANKS, H. Panorama sobre o letramento crítico. In: JESUS, D. M.; CARBONIERI, D. (org.). Práticas de multiletramentos e letramento crítico: outros sentidos para a sala de aulas de línguas. Campinas: Pontes Editores, 2016. p. 21-39.
KLEIMAN, A. Agenda de pesquisa e ação em Linguística Aplicada: problematizações. In: MOITA LOPES, L. P. (org.). Linguística Aplicada na modernidade recente: festschrift para Antonieta Celani. São Paulo: Parábola, 2013. p. 39-58.
MATURANA, H. Emoções e linguagem na educação e na política. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1998. 98 p.
MIGNOLO, W. Colonialidade: o lado mais escuro da modernidade. Revista Brasileira de Ciências Sociais, [S. l.], v. 32, n. 94, p. 1-18, jun. 2017. DOI 10.17666/329402/2017. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v32n94/0102-6909-rbcsoc-3294022017.pdf. Acesso em: 28 out. 2020.
MIGNOLO, W. Desobediência epistêmica: a opção descolonial e o significado de identidade em política. Cadernos de Letras da UFF. Dossiê: Literatura, língua e identidade, [S. l.], n. 34, p. 287-324, 2008.
MOITA LOPES, L. P. Linguística Aplicada como lugar de construir verdades contingentes: sexualidades, ética e política. Revista Gragoatá, [S. l.], v. 14, n. 27, dec. 2009. Disponível em: https://periodicos.uff.br/gragoata/article/view/33105. Acesso em: 28 out. 2020.
MOITA LOPES, L. P. Uma Linguística Aplicada mestiça e ideológica: interrogando o campo como linguista aplicado. In: MOITA LOPES, L. P. (org.). Por uma Linguística Aplicada Indisciplinar. São Paulo: Parábola Editorial, 2006. p. 13-44.
MOITA LOPES, L. P.; FABRÍCIO, B. 2019. Por uma ‘proximidade crítica’ nos estudos em Linguística Aplicada. Calidoscópio, [S. l.], v. 17, n. 4, p. 711-723. DOI 10.4013/cld.2019.174.03. Disponível em: http://revistas.unisinos.br/index.php/calidoscopio/article/view/cld.2019.174.03. Acesso em: 28 out. 2020.
MOTA NETO, J. O giro decolonial na América Latina. In: MOTA NETO, J. (org.). Por uma pedagogia decolonial na América Latina: reflexões em torno do pensamento de Paulo Freire e Orlando Fals Borda. Curitiba: Editora CRV, 2016. p. 43-100.
NOVIKOFF, C.; CAVALCANTI, M. Pensar a potência dos afetos na e para a educação. Conjectura, [S. l.], v. 20, n. 3, p. 88-107, 2015. Disponível em: http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/conjectura/article/view/3442. Acesso em: 28 out. 2020.
NÓVOA, A. A pandemia de Covid-19 e o futuro da educação. Revista Com Censo, [S. l.], v. 7, n. 3, p. 8-12, ago. 2020. Disponível em: http://www.periodicos.se.df.gov.br/index.php/comcenso/article/view/905/551. Acesso em: 28 out. 2020.
OLIVEIRA, L.; CANDAU, V. Pedagogia decolonial e educação antirracista e intercultural no Brasil. Educação em revista, [S. l.], v. 16, n. 1, p. 15-40, 2010. DOI 10.1590/S0102-46982010000100002. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/edur/v26n1/02.pdf. Acesso em: 28 out. 2020.
OLIVEIRA, M. B. A Linguística Aplicada, o Círculo de Bakhtin e o ato de conhecer: afinidades eletivas são possíveis? In: R. RODRIGUES, R.; PEREIRA, R. (org.). Estudos dialógicos da linguagem e pesquisas em linguística aplicada. São Carlos: Pedro & João Editores, 2016. p. 47-63.
PALERMO, Z. Para una pedagogía decolonial. Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Del Signo, 2014. 140p.
QUIJANO, A. Colonialidad y modernidad/racionalidad. Perú Indígena, [S. l.], v. 12, n. 29, p. 11-20, 1992. Disponível em: https://www.lavaca.org/wp-content/uploads/2016/04/quijano.pdf. Acesso em: 28 out. 2020.
ROCHA, C.; MACIEL, R. Ensino de língua estrangeira como prática translíngue: articulações com teorizações bakhtinianas. Revista Delta, [S. l.], v. 31, n. 2, p. 411-445, 2015. DOI: 10.1590/0102-4450437081883001191. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/delta/v31n2/1678-460X-delta-31-02-00411.pdf. Acesso em: 28 out. 2020.
SANTOS, B. Corpos, conhecimentos e corazonar. In: SANTOS, B. (org.). O fim do império cognitivo: a afirmação das epistemologias do sul. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019. p. 135-158.
SANTOS, B. Na oficina do sociólogo artesão: aulas 2011-2016. São Paulo: Cortez, 405p.
SCHLATTER, M.; GARCEZ, P. Língua Espanhola e Língua Inglesa – Referencial Curricular. In: RIO GRANDE DO SUL. Lições do Rio Grande. Porto Alegre, SE/DP, 2009. p. 125-172.
WALSH, C. Introducción – Lo pedagógico y lo decolonial: entretejiendo caminos. In: C. WALSH (org.). Pedagogías decoloniales: prácticas insurgentes de resistir, (re)existir y (re)vivir) – Tomo I. Quito, Abya-Yala, Serie Pensamiento Decolonial, 2013. p. 23-68.
XXXXX. 2016.
XXXXX. 2018.
Copyright Notice
The submission of originals to this periodic implies in transference, by the authors, of the printed and digital copyrights/publishing rights. The copyrights for the published papers belong to the author, and the periodical owns the rights on its first publication. The authors will only be able to use the same results in other publications by a clear indication of this periodical as the one of its original publication. Due to our open access policy, it is allowed the free use of papers in the educational, scientific and non-commercial application, since the source is quoted (please, check the Creative Commons License on the footer area of this page).