CONTAR HISTÓRIAS: COMUNICAÇÃO E TROCA DE SABERES PELO ARTESANATO DA PALAVRA ORALIZADA

Palavras-chave: Narração oral. Comunicação. Interação simbólica.

Resumo

O objetivo deste artigo é refletir sobre a experiência de narrar histórias em sala de aula, analisando este ofício pelo viés da Comunicação, compreendida como troca vital para a relação entre pessoas e da interação simbólica, a partir dos estudos do sociólogo Herbert Blumer, que atravessam o fazer do narrador e lhe dão base para sua existência. Toda comunicação, para que assim seja, tem em si uma intencionalidade e o contador de histórias, como um comunicador competente e, por essência que é, tem clara intenção ao narrar uma história aos ouvintes. Para alcançar o objetivo, são utilizados elementos que tecem com os interlocutores uma rede de símbolos imagéticos e afetivos que fazem do narrar uma forma exemplar de comunicação, em diálogos e apropriações ressignificados no momento presente. Este estudo tomou como ponto de partida memórias e impressões de uma narradora oral, uma das autoras deste trabalho, construídas a partir da interação com os alunos/ ouvintes das escolas nas quais já atuou como professora-contadora de histórias.

Biografia do Autor

Ana Selma Barbosa Cunha, Universidade da Amazônia/UNAMA

Mestre e doutoranda em Comunicação, Linguagens e Cultura  (PPGCLC - Unama). Docente/   Seduc/PA. 

Paulo Nunes, Universidade da Amazônia (Unama)

Doutor em Letras (PPGL-PUC-MG). Docente da graduação em Letras e do Programa de Pós-graduação em Comunicação, Linguagens e Cultura da Universidade da Amazônia (Unama). 

Vânia Torres Costa, PPGCOM/UFPA

Doutora em Comunicação (UFF), Docente da Faculdade de Comunicação (FACOM) e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Cultura e Amazônia (PPGCOM/UFPA). 

Referências

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Publicado
2021-01-21