O QUE PODERIA TER SIDO: UMA LEITURA DO ROMANCE A SEGUNDA PÁTRIA (2015), DE MIGUEL SANCHES NETO

Palavras-chave: Metaficção Historiográfica. Romance Paranaense. Segunda Guerra Mundial. Nazismo.

Resumo

A literatura se configura como amplo espaço para discussão e representação de modelos da sociedade na qual é produzida, de modo que muito da história pode ser encontrada nos textos literários. Entretanto, podemos questionar o discurso histórico, se entendermos os sujeitos na sua constituição ideológica, de modo que o historiador, inevitavelmente, imprime sua subjetividade no relato que produz. A história oficial brasileira afirma que Vargas, após oscilar entre os Aliados e o Eixo, decretou apoio aos estadunidenses na Segunda Guerra Mundial. O romance A Segunda Pátria (2015), propõe imaginar como poderia ter sido uma participação do Brasil caso Getúlio tivesse se aliado aos alemães. A literatura contemporânea vale-se dessas possibilidades para trazer à baila discussões e problematizar verdades tidas como absolutas. Portanto, o presente trabalho tem por objetivo apresentar uma análise interpretativa do romance de Sanches Neto, com referência ao que Linda Hutcheon (1991) classificou como “metaficção historiográfica”. 

Biografia do Autor

André Eduardo Tardivo, Universidade Estadual de Maringá (UEM)

Doutorando em Letras pela Universidade Estadual de Maringá. Pesquisador do projeto "Literatura de Autoria Feminina Contemporânea: Escolhas Inclusivas?"

Marisa Corrêa Silva, Universidade Estadual de Maringá (UEM)

Pós-doutora em Linguística pela State University of New Jersey - New Brunswick, RUTGERS, Estados Unidos.
Doutora em Letras pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). Professora da Universidade Estadual de Maringá (UEM). 

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Publicado
2022-05-17