TRAJETÓRIAS DE VIDA E ESTÉTICA CAPILAR DE ACADÊMICAS QUILOMBOLAS DA UFT

Palavras-chave: História Oral. Acadêmicas Quilombolas. Estética Capilar. Identidade.

Resumo

Este artigo trata da análise das trajetórias de vida de seis acadêmicas quilombolas da Universidade Federal do Tocantins (UFT), focada na identidade feminina, relacionada à questão capilar. Como sublinha Gomes (2008), a formação da identidade da mulher negra é sempre violentada e esmagada pelo ideal de beleza europeu. A naturalização do preconceito racial coloca o cabelo crespo em relação de inferioridade com relação ao cabelo liso. A prática de alisamento capilar, aprendida no seio familiar, desde a infância, é internalizada como única forma de usar o cabelo. Enfim, a transição capilar representa a possibilidade de “descolonização do ser” e na afirmação da identidade negra das acadêmicas quilombolas da UFT.

Biografia do Autor

Katiucia da Silva Nardes, Instituto Federal do Tocantins

Mestre em Estudos de Cultura e Território pela Universidade Federal do Tocantins. Professora do curso de Licenciatura em Computação do Instituto Federal do Tocantins (IFTO).

Vera Lúcia Caixeta, Universidade Federal do Tocantins

Doutora em História Social pela UFRJ. Coordenadora Núcleo do ProfHistória da Universidade Federal do Tocantins. Professora do Colegiado de História da UFT, Campus de Araguaína-TO.

Rosária Helena Ruiz Nakashima, Universidade Federal do Tocantins

Doutora em Educação pela USP. Docente na Universidade Federal do Tocantins.

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Publicado
2020-09-14
Seção
Artigos