EDITORIAL
Abstract
A infância e a criança têm se constituído temas importantes dentro da historiografia, fato que pode ser ilustrado pelo trabalho do historiador francês Philippe Ariès, fonte de inspiração a outros estudiosos de diferentes áreas do conhecimento dedicados a pesquisas sobre essas temáticas. Reconhecidas como constructos sociais, as concepções de infância e de criança só podem ser compreendidas se situadas em dadas circunstâncias socioculturais, políticas e econômicas. O século XX pode ser destacado como um bom recorte histórico para se falar da materialização de algumas importantes conquistas das crianças, claros desdobramentos de tantas postulações advindas de séculos anteriores como as de Comênio, Rousseau, Pestalozzi e Fröebel. Tal como anteviu a educadora sueca Ellen Key, já em 1900, esse século consagrou-se como o “Século da Criança”, quando em 1989, a ONU aprova a Declaração dos Direitos das Crianças.
No Brasil, país de realidades plurais, as infâncias e as crianças tiveram seus direitos de cidadania reconhecidos institucionalmente a partir da Constituição Federal de 1988, da qual derivaram os termos de outros importantes textos tais como: Estatuto de Criança e do Adolescente (1990) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional no. 9394, de 1996. Vivemos sob a égide de documentos legais bastante avançados e respeitosos das condições das infâncias e das crianças brasileiras, mas ainda vivemos políticas públicas para o cuidado e educação da infância em dissonância com os escritos oficiais e práticas desconcertantes na Educação Infantil e na formação de profissionais para esta etapa da Educação Básica. Esse é o desafio que se impõe a todos os pesquisadores da contemporaneidade.
Com a proposta deste dossiê temático sob o título “Infância, Educação Infantil & Formação de Educadores: desafios e perspectivas”, a Revista Humanidades & Inovação reitera seu compromisso com o debate das questões concernentes à primeira infância e à formação docente para o período educacional que abarca a faixa etária de 0 a 5/6 anos, em articulação com as demais etapas da Educação Básica. O intuito foi reunir textos que dialogam entre si e discutem as infâncias, as crianças e a docência na Educação Infantil. São produções que apresentam elementos formativos e reflexivos e, com isso, buscam instigar os leitores a refletir sobre a criança pequena, suas necessidades, singularidades e interesses. Fica, aqui, nosso convite à leitura!
A todas as pessoas que imprimiram sua autoria nesta obra, nosso apreço e nossos sinceros agradecimentos!
References
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