A EMERGÊNCIA DO ETHOS DISCURSIVO NO GÊNERO MEMORIAL: ANÁLISE DAS AUTORREPRESENTAÇÕES DE LICENCIANDOS EM LETRAS - MODALIDADE PARFOR

Palavras-chave: Memorial. Ethos. Famílias parafrásticas. Letras/Parfor.

Resumo

Apresenta-se, neste artigo, uma análise discursiva cujo objetivo é identificar a emergência do ethos no gênero discursivo Memorial. O corpus da pesquisa se constituiu das elaborações escritas de um grupo de estudantes de Letras, da modalidade Parfor, cujas autorrepresentações forneceram a materialidade linguística para esta investigação. Para tanto, acionou-se os dispositivos analíticos fornecidos pela Análise do Discurso Francesa, que permitiu observar os processos discursivos utilizados, a posição enunciativa dos sujeitos enunciadores e os itens lexicais através de seu aspecto valorativo. O exercício analítico mostrou, através de processos parafrásticos, a reiteração do sentido em torno das imagens que os sujeitos construíram de si e as divulgaram através dos discursos materializados nos memoriais.  Tais discursos foram produzidos de diferentes formas, por diferentes sujeitos, mas mantiveram frequentes retornos aos mesmos espaços discursivos, legitimando-os como discursos hegemônicos e representativos de tais sujeitos, pois um discurso legítimo é aquele que se constrói como parafrástico. O exercício analítico permitiu, assim, observar, a partir da análise das famílias parafrásticas, a emergência de um ethos positivo, caracterizador dos sujeitos enunciadores, moldado por palavras que evocam determinação, comprometimento e superação.

Biografia do Autor

Daniel Marra, Instituto Federal do Tocantins

Doutor em Letras e Linguística (UFG-2012). Realizou estágio pós-doutoral na Universidade Federal de Goiás (2013-2014) e, atualmente, é Professor Visitante na Universidade de Sidney, Austrália (2018-2019). Professor EBTT do Instituto Federal do Tocantins, Câmpus - Palmas, tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Sociolinguística, Historiografia e Filosofia da Linguagem. Lidera o Núcleo de Pesquisa em Linguagens e Artes - (IFTO) e coordena o projeto “O estudo da língua como um fato sociocultural e cognitivo”, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Letras da UFT - Câmpus de Porto Nacional, onde atua como professor colaborador.

Leonilda da Silva Ribeiro, Secretaria de Educação do Estado do Tocantins – SEDUC/TO

Licenciada em Letras: Língua Portuguesa e Literaturas – UFT. Professora de Língua Portuguesa da Secretaria de Educação do Estado do Tocantins – SEDUC/TO.

Referências

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Publicado
2019-08-08