NOSSA LUTA INADIÁVEL POR DIREITOS: ARTES VISUAIS, FEMINISMOS E DECOLONIALIDADE
Resumo
Este artigo tem como objetivo discutir a luta das mulheres por direitos humanos por meio da arte, em especial o combate à violência de gênero e ao racismo. Através da discussão dos trabalhos das artistas Dalva França de Assis, Maria Macêdo e Dilcia Cortés, levantamos questões fundamentais na luta por direitos encabeçadas por mulheres do sul global. Para a análise das obras, a metodologia utilizada baseia-se em abordagens epistemológicas feministas decoloniais que potencializam nossa interpretação reflexiva dos trabalhos propostos pelas artistas. Entre os resultados obtidos na investigação, ressaltamos o fundamental papel do trabalho artístico para combater a perpetuação do sistema patriarcal contemporâneo. As produções artísticas apresentadas neste artigo demonstram como o artivismo feminista é uma força poderosa nestas lutas por direitos, denunciando violências cometidas contra corpos femininos e também revelando a perversidade da ideologia patriarcal que cria hierarquias, subalterniza, racializa e objetifica corpos, para manter privilégios masculinos e impor uma superioridade colonizadora, a fim de seguir explorando e dominando pessoas dos países considerados periféricos. A coalizão entre mulheres do sul global é vital nesta luta inadiável por direitos, e para romper o pacto de silêncio instigado pela cultura do medo que estrutura as injustiças sociais no continente de Abya Yala.
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