O USO DE CLASSIFICADORES EM “DIA INTERNACIONAL DA MULHER”, DE RIMAR SEGALA: ANÁLISE DE UMA PRODUÇÃO LITERÁRIA EM LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS
Resumo
Observa-se nas últimas duas décadas uma crescente demanda por estudos sobre produções literárias na Língua Brasileira de Sinais - Libras, os quais precisam ainda lançar as bases para tal campo, definindo corpora, métodos analíticos e referenciais teóricos que contemplem as especificidades das línguas de modalidade visual, a fim de não reproduzirem um paradigma ouvintista que inferiorize a literatura surda. Nessa perspectiva, o presente artigo analisa o uso de morfemas classificadores no texto “Dia internacional da mulher”, produzido pelo artista surdo Rimar Segala, a fim de identificar como tal recurso linguístico, particularmente importante para as línguas de sinais em virtude de sua potência de descrição visuo-espacial, funciona na criação de imagens poéticas por iconicidade. Como resultado, evidenciamos que o uso de classificadores em passagens específicas do texto analisado destaca o valor simbólico das imagens poéticas que eles designam e rompe com convenções lexicais da Libras, desencadeando uma desnaturação estética da percepção frente à língua.
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