NAS TESSITURAS DO RESTO E DA SOLIDÃO: PENÉLOPE E O FEMININO

Palavras-chave: Penélope. Feminino. Psicanálise. Restos. Solidão.

Resumo

O presente trabalho busca fazer uma análise da personagem Penélope, presente na obra Odisseia, de Homero. Aposta-se na jornada do tecer, dentre outros artifícios utilizados por ela, enquanto dimensões que atestam o não-todo do feminino, desse modo, para além dos cânticos homéricos, parte-se de uma revisão bibliográfica narrativa de autores psicanalíticos, como Sigmund Freud, Jacques Lacan e comentadores. A partir desse aporte teórico, o texto apresenta como questionamento “o que resta (h)À mulher quando destituída de seus aparatos fálicos?”. O que se entrelaça à figura literária os conceitos como o falo, o objeto a, o real e a solidão, enquanto fundamentais nos desdobramentos d’A mulher para tecer, para além do falo, fio a fio, a si mesma.

Biografia do Autor

Bianca Camila Gonçalves Moreira, Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG)

Graduanda do curso de Psicologia, pela Universidade do Estado de Minas Gerai - Unidade Divinópolis

Gesianni Amaral Gonçalves, Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG)

Psicóloga e Psicanalista. Pós-doutora em Intervenções Clínicas e Sociais (pela PUC Minas), Doutora em Estudos Psicanalíticos - Conceitos Fundamentais em Psicanálise e Investigações no Campo Clínico e Cultural (pela UFMG), Mestre em Psicologia – Processos de Subjetivação (pela PUC Minas) e Especialista em Arte e Educação (pela UEMG). Atualmente docente do curso de Psicologia da Universidade do Estado de Minas Gerais/UEMG - Unidade Divinópolis.

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Publicado
2023-08-11