“SE O QUE NOS CONSOME FOSSE APENAS FOME”: O PLANTÃO PSICOLÓGICO NA ESCOLA COMO UMA VIA POSSÍVEL PARA JOVENS E TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO COM OU SEM EXPERIÊNCIA DE AUTOLESÃO

Palavras-chave: Colaboração intersetorial. Serviço de saúde mental escolar. Tentativa de Suicídio.

Resumo

O Plantão Psicológico na escola foi realizado no mês de setembro de 2018 com o objetivo de acolher a demanda espontânea de jovens com experiência de autolesão em um colégio público, porém, durante a ação, ampliou-se para a comunidade escolar. Realizado por um serviço CAPS e graduandos voluntários de Psicologia, o Plantão foi desenvolvido em algumas etapas: divulgação da ação na escola, inscrição durante o plantão, atendimento, avaliação da ação, devolutiva a gestão escolar e desdobramentos. Foi observado que as vulnerabilidades sociais, econômicas, trabalhistas e afetivas influenciam nas vivências escolares e a autolesão manifesta-se como “alívio” no corpo. Concluímos que a via da linguagem pela associação livre, atenção flutuante e retificação subjetiva solicita àquele que sofre uma outra saída ao mal-estar, além de colocar o plantonista em posição de disponibilidade, contribuindo para que a escola seja espaço potente. Equipes multiprofissionais da Educação poderiam fazer diferença como suporte à comunidade escolar.

Biografia do Autor

Wanessa Alessandra Braga Chagas, Prefeitura Municipal de Paranatama

Mestra em Psicologia com ênfase em Saúde Mental (pela PRISMAL - UPE), Especialista em Abordagem Psicanalítica (pela FAFIRE), Graduada em Psicologia (pela UFPE). Atualmente, psicóloga efetiva/trabalhadora SUS nas Secretarias Municipais de Saúde em Paranatama (PE) e São João (PE), Brasil.

Débora Luiza Bezerra Marques, Secretaria Municipal de Assitência Social de Paranatama (PE)

Pós-graduanda em Saúde Mental (pela Instituição Facuminas de Montes Claros). Graduada em Psicologia (pela CESMAC). Trabalhadora SUAS no município de Paranatama, Pernambuco, Brasil.

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Publicado
2023-08-11
Seção
Relatos de Experiência