BÁRBARA E FRANCISCA: UM ESTUDO SOCIOJURÍDICO DA CRIANÇA E DA INFÂNCIA NEGRA
Resumo
Este artigo analisa três registros judiciais de duas meninas escravizadas – Bárbara e Francisca –, radicadas na Vila de Ribeirão Preto no final do século XIX, que foram seviciadas por seus senhores e buscaram abrigo no sistema de polícia e de justiça de sua época. Estuda-se aqui o uso imoderado dos corpos escravizados pela elite agrária e os reflexos deste ato no ambiente judicial. A análise desvenda a maneira pela qual os escravizados eram coisificados no campo do direito civil, mas respondiam penalmente quando praticavam crimes. Bárbara e Francisca, por serem crianças e meninas vítimas nos processos, acabaram por ser invisibilizadas pelo sistema jurídico e social. Este artigo insere-se no campo teórico da história jurídico-social de crianças e utiliza-se da metodologia arqueogenealógica na perspectiva das pesquisas cunhadas por Michel Foucault de Antologia de Existências.
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