A SUBJETIVIDADE PRESENTE NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES ALFABETIZADORES E SUA REPRODUÇÃO EM SALA DE AULA

Palavras-chave: Subjetividades. Formação de Professores. Escola.

Resumo

Este artigo analisa o processo de subjetividade envolvido na metodologia de formação continuada de professores-alfabetizadores. Os principais teóricos que fundamentaram esta análise foram Saviani (2013), Laval (2019), Marx e Engels (2007), Silva e Santos (2011) e Oliveira (2019). Evidencia-se que as relações constituídas para a manutenção de recursos pedagógicos e realização do trabalho pedagógico proporcionam a expropriação do fruto do seu trabalho, havendo uma lacuna nos discursos sociais subjetivos dos professores que trabalham com os ciclos de alfabetização que se sustentam em laços sociais discursivos da escola como uma “grande família”. Nesse sentido, defende-se uma formação de professores ampliada a partir da pedagogia-histórica crítica (SAVIANI 2013), buscando superar por incorporação os conhecimentos fundamentais para a formação filosófica, política, artística, considerando as subjetividades dos sujeitos professores e alunos como uma perspectiva de desenvolvimento da consciência por meio dos conteúdos culturais.

Biografia do Autor

Solange Pereira da Silva, Universidade Federal do Pará (UFPA)

Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Educação pelo Instituto de Ciências e Educação da Universidade Federal do Pará (UFPA), Mestre em Educação no Programa em Educação no Instituto de Ciências e Educação. Graduada em Licenciatura em Pedagogia. É Professora na UFPA, Campus Universitário do Marajó/Breves/PA. 

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Publicado
2022-09-06