EXPERIÊNCIA COMO VIA DE COMPREENSÃO PARA UMA PRÁXIS PSICOLÓGICA EM TERRITÓRIO QUILOMBOLA
Resumo
Trata-se de uma pesquisa cujo objetivo é favorecer subsídios à prática psicológica em comunidade quilombola. É um estudo de natureza qualitativa, alinhada aos pressupostos fenomenológicos existenciais, recorrendo a experiência de psicólogas do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS). Nesse propósito, descreve o contexto e as práticas de assistência em território quilombola; tematiza as Diretrizes da Política Nacional de Assistência Social e procura compreender a experiência de psicólogas, assinalando a atenção psicológica nesse âmbito. Os recursos metodológicos para a coleta dos dados foram: Entrevista Narrativa, Diário de Campo e a Cartografia Clínica. A Hermenêutica Filosófica de Gadamer serviu como postura epistemológica de investigação para a compreensão dos dados. O estudo sinaliza a insuficiência das diretrizes da Política de Assistência que determinam a promoção do cuidado para comunitários quilombolas. Sendo assim, é necessário redimensionar a prática psicológica, uma vez que os quilombos trazem um modo cultural próprio de habitar em coletividade.
Referências
BENJAMIN, W. O narrador: considerações sobre a obra de Nikolai Leskov. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994, p. 197-221.
BONDIA, Jorge Larrosa. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Rev. Bras. Educ. [online], 2002, n.19, pp.20-28. ISSN 1413-2478.
BOSS, M. Angústia, Culpa e Libertação: ensaios de psicanálise existencial. São Paulo: Duas Cidades, 1997.
BRAGA, T. B. M., MOSQUEIRA, S. M., & MORATO, H. T. P. Cartografia clínica em plantão psicológico: investigação interventiva num projeto de atenção psicológica em distrito policial. Temas em Psicologia, Ribeirão Preto, 2012, v. 20, n. 2, p. 555-570. Disponível em
CAMPOS, G.W.S. Saúde Paidéia. São Paulo: Hucitec, 2003.
CARDINALLI, I. E. (2015). Heidegger: o estudo dos fenômenos humanos baseados na existência humana como ser-aí (Dasein). Psicologia USP, São Paulo, v. 26, n. 2, p. 249-258, 2015. Disponível em:
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA E CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. Parâmetros para atuação de assistentes sociais e psicólogos (as) na Política de Assistência Social, 2007. Disponibilidade em http://www.cfess.org.br/arquivos/CartilhaFinalCFESSCFPset2007.pdf Acesso em 12 ago. 2018.
CRITELLI, D. M. Analítica do sentido. 2ª ed.. São Paulo, SP: Brasiliense, 2007. (Texto original publicado em 1996).
DECRETO Nº 4.887, DE 20 DE NOVEMBRO DE 2003. Regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos de que trata o art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Brasília, 2003d. Disponível em: Acesso em: 18 set. 2017.
FIGUEIREDO, L. C. M. Revisitando as Psicologias, Da Epistemologia à Ética das práticas e Discursos Psicológicos. 5ª Ed. Petrópolis. Rio de Janeiro, 2009.
FLICK, U. Desenho da pesquisa qualitativa. Porto Alegre: Artmed, 2009.
GADAMER, H.G. O caráter oculto da saúde. Trad. de Antônio Luz Costa. Petrópolis: Vozes, 2006.
GIACOIA, O. Jr. Heidegger urgente: introdução a um novo pensar. São Paulo: Três Estrelas, 2013, p. 143.
Heidegger. Ser e tempo. 15 ed, Parte I. Petropólis: Editora Vozes Lda, 2005 325p.
¬¬¬¬¬_________. Ser e tempo. 15 ed, Parte II. Petropólis: Editora Vozes Lda, 2005, 262p.
MORATO, H. T. P. Algumas considerações da Fenomenologia Existencial para a ação psicológica e na prática de pesquisa em instituições, p. 51-76. In BARRETO, C. L. B. T.; MORATO, H. T. P.; CALDAS, M. T. (Orgs). Prática Psicológica na Perspectiva Fenomenológica. Curitiba: Juruá Editora Ltda, 2013.
POMPÉIA, J. A. SAPIENZA, B. T. Na presença do sentido: Uma aproximação fenomenológica a questões existenciais básicas. 2. Ed. São Paulo: EDUC; ABD, 2010.
Prado, R. A. A., Caldas, M. T. Atitude fenomenológica existencial e cuidado na ação clínica, p.95-105. In BARRETO, C. L. B. T.; MORATO, H. T. P.; CALDAS, M. T. (Orgs). Prática Psicológica na Perspectiva Fenomenológica. Curitiba: Juruá Editora Ltda, 2013.
ROCHA, Z. A ontologia heideggeriana do cuidado e suas ressonâncias clínicas. Síntese, Belo Horizonte, v. 38, n. 120, 2011. Disponibilizado em file:///C:/Users/emanu/Downloads/1037-3880-1-PB%20(1).pdf Acesso em 12/08/2018
SANTOS, S. E. B. BARRETO, C. L. B. T. Ação clínica no viver cotidiano: um diálogo com a fenomenologia existencial, p.45-60. In BARRETO, C. L. B. T (Coord), FRANCISCO. A. L.; WALCKOFF, S. D. B. (Orgs). Prática Psicológica em Instituição: diversas perspectivas. 2ed, Curitiba: CRV, 2016.
SCHWANDT, A. T. (2006). Três posturas epistemológicas para a investigação qualitativa. In DENZIN, NORMANK. O Planejamento da pesquisa qualitativa: teorias e abordagens. Trad. Sandra Regina Netz –Porto Alegre: Artmed, 2006.
SILVA, E. F. G., SIQUEIRA, D. F. C. C., BARRETO, C. L. B. T. A ação clínica e a era da técnica moderna: uma compreensão fenomenológica existencial da prática psicológica. Perspectivas em Psicologia, Vol. 19, N. 1, pp. 79-92, Jan/Jun 2015. Disponibilizado em http://www.seer.ufu.br/index.php/perspectivasempsicologia/article/viewFile/30361/16588 Acesso em 10 de ago. 2018.
SOUZA, Severino R. L. de; FRANCISCO, A. L. O Método da Cartografia em Pesquisa Qualitativa: Estabelecendo Princípios... Desenhando Caminhos.... In: Congresso Ibero-Americano em Investigação Qualitativa, 5., 2016, Porto. Atas - Investigação Qualitativa em Educação. Porto: [s.i.], 2016. v. 1, p. 811 - 820.
VASCONCELOS, Eduardo. Mundos paralelos, até quando? Os psicólogos e o campo da saúde mental pública no Brasil nas duas últimas décadas. Mnemosine, v. 1, n. 0, p. 73-90, 2004. Disponibilizado em:
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).
