JORNALISMO E LITERATURA NOS TEMPOS DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL: UMA ANÁLISE DOS TEXTOS DE GEORGE ORWELL E RUBEM BRAGA
Resumo
Para descrever uma guerra, é possível que o correspondente não se prenda apenas ao gênero jornalístico, principalmente quando ele não pertence somente a este campo. Sendo assim, este artigo tem como objetivo analisar os textos produzidos durante a Segunda Guerra Mundial pelos correspondentes George Orwell e Rubem Braga. Mais especificamente, serão estudados os elementos constitutivos de duas narrativas de cada autor, extraídas dos livros “Crônicas da Guerra na Itália” (Braga) e “Literatura e Política: Jornalismo em tempos de guerra” (Orwell), observando suas semelhanças e diferenças em relação às estratégias discursivas utilizadas para a cobertura de guerra. Desse modo, parte-se da ideia das visadas enunciativas, assim como os gêneros predominantes nos discursos jornalístico e literário como estratégia de captação, além de mostrar certa heterogeneidade presente na cobertura de guerra enquanto discurso.
Referências
BAKHTIN, Mikhail. O “Discurso de Outrem”. In: Marxismo e Filosofia da Linguagem. 6. ed. São Paulo: Editora Hucitec, 1992. p. 144-154.
________. Os gêneros do discurso. In: Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003. p. 277-327.
BRAGA, Rubem. Confusões. In: Crônicas de guerra na Itália. Rio de Janeiro: 3ª ed. Record, 1996. p. 96-97.
________. A procissão de guerra. In: Crônicas de guerra na Itália. Rio de Janeiro: 3ª ed. Record, 1996. p. 48-49.
CHARAUDEAU, Patrick. Um modelo sócio-comunicacional do discurso: entre situação de comunicação e estratégias de individualização. In: STAFUZZA, Grenissa& DE PAULA, Luciane (Orgs). Da análise do discurso no Brasil à análise do discurso do Brasil. Uberlândia: Edufu, 2010.
________. Visadas discursivas, gêneros situacionais e construção textual. In: MACHADO, I. L. & MELLO, R (Orgs). Gêneros: Reflexões em Análise do Discurso. Belo Horizonte: NAD/FALE UFMG, 2004.
KESKE, Humberto Ivan. O new journalism entre o factual e o ficcional: das aproximações entre literatura e jornalismo. In: Animus. Santa Maria, v. 5, n. 1, p. 133-150, jan./jun., 2006.
LIMA, Edvaldo Pereira. Páginas ampliadas: o livro-reportagem como extensão do jornalismo e da literatura.2 ed. Campinas: Editora da Unicamp, 1995.
MAINGUENEAU, Dominique. Do Discurso ao Interdiscurso. In: Novas Tendências em Análise do Discurso. Pontes: Unicamp, 1997.
MARQUES, Ester. Estruturas do Discurso Jornalístico. 2008. Disponível em < http://www.intercom.org.br/papers/regionais/nordeste2008/resumos/R12-0528-1.pdf>. Acesso em 27 de janeiro de 2017.
MEDINA, Cremilda. Povo e personagem. Canoas: Editora da Ulbra, 1996.
ORWELL, George. Aliados enfrentam crise de alimentos na Alemanha. In: LOPES, Sérgio. (tradução). Literatura e política: jornalismo em tempos de guerra. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2006. p. 68-71.
________. Camponeses bávaros ignoram a guerra. In: LOPES, Sérgio. (tradução). Literatura e política: jornalismo em tempos de guerra. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2006. p. 72-75.
REBECHI JUNIOR, Arlindo; VOLCEAN, Tamires. As crônicas de guerra dos correspondentes Rubem Braga e Joel Silveira: análise dos elementos constitutivos da narrativa. In: Intercom. Jun. (2016). Disponível em <http://www.portalintercom.org.br/anais/sudeste2016/resumos/R53-0990-1.pdf>. Acesso em 30 de maio de 2017.
SEFERIN, Carolina Timm. Entre o jornalismo e a literatura: um estudo de Na pior em Paris e Londres, de George Orwell. Disponível em <http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/77213>. Acesso em 24 de janeiro de 2017.
SODRÉ, Muniz. A narração do fato: notas para uma teoria do acontecimento. 2 ed. Petrópolis: Vozes, 2012.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).