O ENCARCERAMENTO FEMININO E AS INTERSECCIONALIDADES DOS MARCADORES SOCIAIS DA DIFERENÇA: O CASO DAS DETENTAS DA CADEIA PÚBLICA DE BARRA DO GARÇAS – MT
Resumo
Este trabalho tem como propósito analisar a questão das interseccionalidades dos marcadores sociais da diferença, tais como: gênero, raça, classe social e escolaridade nas relações estabelecidas entre as detentas e os agentes carcerários da Cadeia Pública de Barra do Garças – MT. Tal análise visa compreender se esses marcadores sociais têm como consequência o controle e dominação dessas mulheres ou se possibilita a elas uma situação de agência política. O desenvolvimento deste trabalho fundamentou-se na metodologia qualitativa, baseada na análise de entrevistas com as detentas e documentos referentes as presas, confeccionados no ato do aprisionamento. Autoras como Piscitelli (2008), Anzaldua (2000), Crenshaw (1994,2002) e Brah (2006), Bilge (2009), configuram-se como os principais referenciais teóricos deste estudo.
Referências
BRAH, Avtar. “Diferença, diversidade, diferenciação”. Cadernos Pagu, n. 26, p. 329-376, 2006.
BRASIL. Lei nº 7.210 de 11 de Julho 1984. Institui a Lei de Execução Penal. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7210.htm Acesso em 02 Jan 2016.
BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades. Disponível em: http://www. cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?codmun=510180 Acesso em: 01 Jun. 2016.
BRASIL. Ministério da Justiça. Depen. Disponível em: http://www.justica.gov.br/seus-direitos/politica-penal/transparencia-institucional/estatisticas-prisional/relatorios-estatisticos-analiticos Acesso em: 07 Mai. 2016.
COLLINS, Patricia Hill. Aprendendo com a outsider within: a significação sociológica do pensamento feminista negro. Revista Sociedade e Estado. V 31, n. 1, p. 99-127, Jan/Abr., 2016.
______. Pensamento feminista negro: conhecimento, consciência e a política do empoderamento. Trad. Natália Luchini. Seminário Teoria Feminista, Cebrap, 2013.
COSTA, Claudia Lima & ÁVILA, Eliana. Glória Anzaldúa, a consciência mestiça e o “feminismo da diferença”. Revista Estudos Feministas. V. 13, n. 3, p. 691-703, Set/Dez., 2005.
CRENSHAW, Kimberlé. Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero. Estudos Feministas 1. Ano 10, p. 171-188, 2002.
______. “Mapping the margins: intersectionality, identity politics and violence
against women of color”. In: Fineman, Martha Albertson & Mykitiuk, Roxanne
(orgs.). The public nature of private violence. Nova York, Routledge, pp. 93-118, (1994).
HIRATA, Helena. Gênero, classe e raça: interseccionalidade e consubstancialidade das relações sociais. Tempo Social. V. 26 (1), p. 61-73, jun/2014.
KERGOAT, Danièle. Dinâmica e consubstancialidade das relações sociais. Revista Novos Estudos. V. 86, p. 93-103, Mar., 2010.
MARTINEZ, Pilar R. Feminismos y Solidaridad. Revista Mexicana de Sociologia. V. 72 n. 3, p. 445-466, Jul/Set., 2010.
NOGUEIRA, Patrícia. Três horas para amar: a representação da sexualidade feminina em reclusão in GOMES, Sílvia & GRANJA, Rafaela. (Orgs.) Mulheres e crime: perspectivas sobre intervenção, violência e reclusão. Apartado: editora Húmus, 2015.
PASTORAL CARCERÁRIA, CONECTAS DIREITOS HUMANOS, INSTITUTO SOU DA PAZ. Penitenciárias são feitas por homens e para homens. Disponível em: http://carceraria.org.br/wp-content/uploads/2012/09/relatorio-mulherese-presas_versaofinal1.pdf Acesso em: 25 Mai 2016.
PISCITELLI, Adriana. Interseccionalidades, categorias de articulação e experiências de migrantes brasileiras. Revista Sociedade e Cultura. V. 11, n. 2, p.263-274, Jul/Dez., 2008.
SENA, Lúcia. (2015). Gênero, criminalidade e desigualdade social in GOMES, Sílvia & GRANJA, Rafaela. (Orgs.) Mulheres e crime: perspectivas sobre intervenção, violência e reclusão. Apartado: editora Húmus.
WITTIG, Monique. El pensamento heterossexual y otrosensayos. Madrid: Egales, 2006.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).