A COMPLEXIDADE DA LINGUAGEM E DE SEUS USOS: INCITAÇÕES A UMA EDUCAÇÃO LINGUÍSTICA CRÍTICA

Palavras-chave: Educação linguística. formação docente. Linguagem. transdisciplinaridade.

Resumo

Considerando o papel complexo da linguagem em exercício no mundo social, neste texto discuto nove ações vinculadas ao ensino de língua portuguesa, com vistas a criar inteligibilidade às questões sociais do fazer docente, de modo a religar saberes linguísticos, técnicos, pedagógico etc. A pretensão é problematizar uma prática pedagógica que insinue as complexidades do trabalho docente e do trabalho com a linguagem diante das demandas planetárias. Com base na Linguística Aplicada Crítica e na revisão de estudos por nós desenvolvidos ao longo de uma década de formação de professores, apontamos para a urgência da problematização da linguagem e de seus usos em sociedade, a fim de estabelecermos um movimento profissional político, complexo e caracterizador de uma educação linguística. 

Biografia do Autor

Helvio Frank de Oliveira, Universidade Estadual de Goiás

Docente da Universidade Estadual de Goiás, Unidade Itapuranga. Doutor em Estudos Linguísticos (UFG/2013), com estágio pós-doutoral em Linguística Aplicada (UnB/2014). 

Referências

AUSTIN, John Langshaw. How to do things with words. New York: Oxford University Press, 1962.
BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem. 6. ed. São Paulo: Hucitec, 1992.
BARROS, Solange Maria de; RESENDE, Viviane de Melo; VIEIRA, Viviane. “Realismo crítico e análise de discurso crítica: hibridismo de fronteiras epistemológicas”. Polifonia: Estudos da Linguagem, 23, 11-28, 2016.
BRASIL. Orientações curriculares para o ensino médio: linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília: Ministério da Educação e Cultura, Secretaria da Educação Básica, 2006.
ESPÍRITO SANTO, Diogo Oliveira do; SANTOS, Kelly Barros. A invenção do monolinguismo no Brasil: por uma orientação translíngue em aulas de “línguas”. Calidoscópio, 16 (1), 152-162, 2018.
FAIRCLOUGH, Norman. Discurso e mudança social. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2001
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2008.
GARCÉS, Fernando. Las políticas del conocimiento y la colonialidad lingüística y epistémica. In: CASTRO-GÓMEZ, Santiago; GROSFOGUEL, Rámon. El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores, 2007. p. 217-242.
GOULART, Treyce Ellen Silva; CAETANO, Márcio; RANGEL, Mary. Narrativas entrecruzadas de professoras negras em terras de Gaudérios. Revista Margens Interdisciplinar, 17, 44-58, 2016.
GUIMARÃES, Eduardo. Multilinguismo, divisões da língua e ensino no Brasil. Campinas: CEFIEL/Unicamp, 2005.
MIGNOLO, Walter. A colonialidade de cabo a rabo: o hemisfério ocidental no horizonte conceitual da modernidade. In: LANDER, Edgardo (Org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Buenos Aires: CLACSO, 2005.
MOITA LOPES, Luiz Paulo da. Por uma linguística indisciplinar. São Paulo: Parábola, 2006.
OLIVEIRA, Hélvio Frank de. Formação crítica de professores de línguas: uma proposta emancipatória e política. Revista Escrita, 19, 31-47, 2014.
______. Repensando o currículo na formação de professores de línguas na contemporaneidade. REVELLI: Revista de Educação, Linguagem e Literatura, 1, 123-144, 2016.
OLIVEIRA, Hélvio Frank de; ARRIEL, Tatiane Dutra de Godoi. Ensino/aprendizagem de língua portuguesa na escola: explorando letramentos. Revista Brasileira de Linguística Aplicada, 18, 451-477, 2018.
OLIVEIRA, Inês Barbosa de. Boaventura & a Educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo (Org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Buenos Aires: CLACSO, 2005. p.118-142.
REZENDE, Tânia Ferreira. O lugar e o papel do português na formação de docentes indígenas da região Araguaia-Tocantins-Brasil. In: SILVA, L. S. D. (Org.). Comunicação Intercultural – 35: interdisciplinaridade, comparação e compreensão II. Curitiba: Editora CRV, 2015a. p. 99-123.
______. Ensino intercultural de português para indígenas. In: BARROS, Déborah Magalhães de; SILVA, Kléber Aparecido da; CASSEB-GALVÃO, Vânia Cristina. (Org.). O ensino em quatro atos: interculturalidade, tecnologia de informação, leitura e gramática. Campinas: Pontes Editores, 2015b. p. 79-106.
______.Políticas de apagamento linguístico em contexto brasileiro. In: BARROS, Déborah Magalhães de; SILVA, Kléber Aparecido; CASSEB-GALVÃO, Vânia Cristina. (Org.). O ensino em quatro atos: interculturalidade, tecnologia de informação, leitura e gramática. Campinas: Pontes Editores, 2015c. p. 63-77.
REZENDE, Tânia Ferreira; SILVA, Daniel Marra da. Desobediência linguística: por uma epistemologia liminar que rasure a normatividade da língua portuguesa. Porto das Letras, 4, 174-202, 2018.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Pela mão de Alice: o social e o político na pós-modernidade. São Paulo: Cortez, 1995.
______. O futuro do Fórum Social Mundial: o trabalho da tradução. Revista del Observatorio Social de America Latina, 15, 77-90, p. 2004.
______. Renovar a teoria crítica e reinventar a emancipação social. Trad. Mouzar Benedito. São Paulo: Boitempo, 2007.
SCHEIFER, Camil Lawson. Transdisciplinaridade na linguística aplicada: um processo de desreterritorialização – um movimento do terceiro espaço. Revista Brasileira de Linguística Aplicada, v. 13, n. 3, p. 919-939, jul-set, 2013.
SIGNORINI, Inês.; CAVALCANTI, Marilda C. (Org.). Linguística aplicada e transdisciplinaridade: questões e perspectivas. Campinas: Mercado de Letras, 2004. 215 p.
VYGOTSKY, Lev Semyonovich. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
______. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
Publicado
2021-08-13