REPERCUSSÕES CLÍNICAS RELACIONADAS À CONTRACEPÇÃO PERMANENTE POR INSERÇÃO DE DISPOSITIVO INTRATUBÁRIO

Palavras-chave: Conhecimento. Contracepção Feminina. Dispositivos Anticoncepcionais. Esterilização Reprodutiva. Manifestações Clínicas.

Resumo

objetivaram-se levantar o nível de conhecimento sobre o Dispositivo Intratubário e as repercussões clínicas associadas e identificar as repercussões clínicas após a inserção. Trata-se de um estudo transversal com 32 mulheres. Os dados foram coletados de junho a outubro de 2017. Para determinar o nível de conhecimento quanto ao dispositivo e às repercussões clínicas, optou-se pela classificação binária (insatisfatório/satisfatório). A análise ocorreu no Programa Stata, versão 14.0. O perfil sociodemográfico mostrou mulheres com 35,2±2,9 anos, a maioria com parceiro fixo e pardas e 96,9% das mulheres participaram de atividades educativas. O relato das repercussões clínicas indicou a dor durante o procedimento como a mais comum. Outras repercussões foram citadas, sendo que 93,8% das mulheres apresentaram nível de conhecimento satisfatório em relação ao dispositivo e 84,4%, insatisfatório com relação às repercussões clínicas. Houve uma associação estatisticamente significativa entre o estado civil “separada” e o nível de conhecimento “insatisfatório” com relação às repercussões clínicas do dispositivo (p=0,000). Ter renda maior associou-se com o conhecimento insatisfatório das mulheres sobre as repercussões clínicas (2.843,18±2.243,73 p= 0,031). Ficaram evidentes, neste estudo, as fragilidades na assistência percebidas a partir do grande número de mulheres com conhecimento insatisfatório em variáveis indispensáveis ao processo de escolha livre e esclarecida.

Biografia do Autor

Margarida Araújo Barbosa Miranda, Secretaria de Saúde do Estado (SESAU) do Tocantins. Escola Tocantinense do SUS (ET-SUS).

Enfermeira. Escola Tocantinense do SUS (ET-SUS).

Glamar Cunha da Silva, Secretaria de Saúde do Município (SEMUS) de Palmas, Tocantins. Serviço de Verificação de Óbitos de Palmas.

Enfermeiro. Serviço de Verificação de Óbitos de Palmas.

Mayane Vilela Pedroso Pedroso, Universidade Federal do Tocantins (UFT). Campus Universitário de Palmas (CUP). Curso de Graduação em Enfermagem.

Enfermeira. Universidade Federal do Tocantins.

Victor Rodrigues Nepomuceno, Universidade Federal do Tocantins (UFT). Campus Universitário de Palmas (CUP). Curso de Graduação em Medicina

Fisioterapeuta. Universidade Federal do Tocantins.

Danielle Rosa Evangelista, Universidade Federal do Tocantins (UFT)

Enfermeira. Universidade Federal do Tocantins. 

Referências

ANVISA - AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Suspensão da Importação, Comercialização, Distribuição e Divulgação do Dispositivo de Contracepção Permanente Essure®. Brasília, DF, 12 jul. 2017. Contraceptivos. Disponível em: http://antigo.anvisa.gov.br/documents/219201/2782895/Nota+Tecnica_Anvisa+ESSURE/acaa72db-ddc3-412e-b7ce-2fb4d35e7957. Acesso em: 30 out. 2020.

AL-SAFI, Z. A. et al. Analysis of Adverse Events With Essure Hysteroscopic Sterilization Reported to the Manufacturer and User Facility Device Experience Database. Journal Of Minimally Invasive Gynecology, [s.l.], v. 20, n. 6, p.825-829, nov. 2013. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.jmig.2013.05.006. Acesso em: 11 jan. 2018.

ARJONA, J.E. et al. Satisfaction and tolerance with office hysteroscopic tubal sterilization. Fertility and Sterility®, v. 90, n. 4, p. 12-1186, oct. 2008. Disponível em: https://www.fertstert.org/article/S0015-0282(07)03148-2/pdf. Acesso em: 1 nov. 2017.

BERRAL, J.E.A. et al. Essure®and chronic pelvic pain: A population-based cohort. Journal Of Obstetrics And Gynaecology, [s.l.], v. 34, n. 8, p.712-713, 9 jun. 2014. Disponível em: http://dx.doi.org/10.3109/01443615.2014.920795. Acesso em: 12 fev. 2018.

BRASIL. Lei nº 9.263, de 12 de janeiro de 1996. Regula o § 7° do art. 226 da Constituição Federal, que trata do planejamento familiar, estabelece penalidades e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 15 jan. 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9263.htm. Acesso em: 5 maio 2017.

______. Ministério da Saúde. Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher – PNDS 2006: dimensões do processo reprodutivo e da saúde da criança. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pnds_crianca_mulher.pdf. Acesso em: 30. out 2020.

______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde sexual e saúde reprodutiva. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2010. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/abcad26.pdf. Acesso em: 01 jan. 2018.

BRITO, L.G.O. et al. Essure Surgical Removal and Subsequent Symptom Resolution: Case Series and Follow-Up Survey. Journal Of Minimally Invasive Gynecology, [s.l.], v. 22, n. 5, p. 910-913, jul. 2015. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/j.jmig.2015.03.018. Acesso em: 20 jan. 2018.

CABEZAS-PALACIOS, M.N. et al. Safety and patients’ satisfaction after hysteroscopic sterilisation. Journal Of Obstetrics And Gynaecology, [s.l.], v. 38, n. 3, p.377-381, out. 2017. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1080/01443615.2017.1362549. Acesso em: 11 abr. 2018.

CÂMARA, S. et al. Essure® present controversies and 5 years’ learned lessons: a retrospective study with short- and long-term follow-up. Gynecol Surg. 2017; 14(20): 2-5. URL: https://doi.org/10.1186/s10397-017-1023-3

CONCEPTUS Incorpored. Quando sua família está completa escolha Essure®. Mountain View (CA): Conceptus Inc.; 2009.

_____. Essure: instructions for use. Mountain View (CA): Conceptus Inc., 2012. Disponível em: http://www.essuremd.com/Portals/essuremd/PDFs/TopDownloads/Essure%20IFU%20Oct%205%202011.pdf. Acesso em: 15 dez. 2017.

¬¬¬

DEPES, D.B. et al. Essure: uma revolução na anticoncepção definitiva feminina. Einstein, v. 7, n. 3, p. 392-393, 2009. Disponível em: http://apps.einstein.br/revista/arquivos/PDF/1273-Einstein%20v7n3p392-3_port.pdf. Acesso em: 13 abr. 2018.

DEPES, D.B. et al. Experiência inicial com a oclusão tubária por via histeroscópica (Essure®). Einstein (são Paulo), [s.l.], v. 14, n. 2, p.130-134, jun. 2016. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/s1679-45082016ao3717. Acesso em: 2 jan. 2018.

FDA - FOOD AND DRUG ADMINISTRATION. Labeling for Permanent Hysteroscopically Placed Tubal Implants Intended for Sterilization; Guidance for Industry and Food and Drug Administration Staff; Availability. Federal Register, v. 81, n. 210, p. 75419-75420, oct. 2016. Disponível em: https://www.gpo.gov/fdsys/pkg/FR-2016-10-31/pdf/2016-26243.pdf. Acesso em: 14 abr. 2018.

______. FDA restricts sale and distribution of Essure to protect women and to require that patients receive risk information. FDA News Release, Apr. 9, 2018. Disponível em: https://www.fda.gov/newsevents/newsroom/pressannouncements/ucm604098.htm. Acesso em: 17 abr. 2018.

FEBRASGO – Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Manual de Orientação Endoscopia Ginecológica. São Paulo: FEBRASGO, 2011. 216 p.

FERNANDEZ, H. et al. Tubal sterilization: pregnancy rates after hysteroscopic versus laparoscopic sterilization in France, 2006–2010. European Journal Of Obstetrics & Gynecology And Reproductive Biology, [s.l.], v. 180, p.133-137, set. 2014. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/j.ejogrb.2014.04.043. Acesso em: 12 jan. 2018.

IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Demográfico 2010: Características da população - Tocantins. Rio de Janeiro: IBGE; 2010. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/93/cd_2010_caracteristicas_populacao_domicilios.pdf. Acesso em: 30 mar. 2017.

_____. Instituto Projeções e estimativas da população do Brasil e das Unidades da Federação. Rio de Janeiro: IBGE; 2017. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/: Acesso em: 15 abr. 2018.

OSTHOF, L. et al. Esterilização hisrteroscópica ambulatorial pelo procedimento Essure: stent tubário. Femina, v. 43, n. 1, p. 29-36, jan./fev, 2015. Disponível em: http://files.bvs.br/upload/S/0100-7254/2015/v43n1/a4845.pdf. Acesso em: 2 mar. 2017.

SANTOS, F.J. et al. Perfil das mulheres submetidas à laqueadura tubária em um Hospital Universitário, Vitória, Espírito Santo. Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde, v. 13, n. 3, p. 22-27, 2011. ISSN 2446-5410. Disponível em: http://periodicos.ufes.br/RBPS/article/viewFile/1763/1330. Acesso em: 13 abr. 2018.

THIEL, J.A. et al. Oral Analgesia vs Intravenous Conscious Sedation during Essure Micro-Insert Sterilization Procedure: Randomized, Double-Blind, Controlled Trial. Journal Of Minimally Invasive Gynecology, [s.l.], v. 18, n. 1, p. 108-111, jan. 2011. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/j.jmig.2010.10.006. Acesso em: 11 jan. 2018.

YUNKER, A.C. et al. Incidence and Risk Factors for Chronic Pelvic Pain After Hysteroscopic Sterilization. Journal Of Minimally Invasive Gynecology, [s.l.], v. 22, n. 3, p. 390-394, mar. 2015. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/j.jmig.2014.06.007. Acesos em: 11 fev. 2018.

Publicado
2021-08-27