MÚSICA, PATRIMÔNIO E FORMAÇÃO DE OUVINTES
Resumo
Trata-se de relato de experiência, ocorrida entre 2016 e 2019, envolvendo alunas de Pedagogia de uma universidade pública, no Rio de Janeiro. Ao demandar a necessidade de ampliação do referencial musical das crianças das escolas de estágio supervisionado, percebeu-se que as próprias estudantes, futuras professoras, também tinham seus referenciais restritos, limitando-se à fruição do que a indústria cultural oferece às camadas subalternizadas. Percebeu-se que elas não utilizavam os dispositivos culturais da cidade, em especial as salas de concerto. Diante disso, organizou-se a familiarização dessas estudantes, primeiramente por meio de ensaios abertos e, posteriormente, concertos nos espaços patrimoniais da cidade, em especial o Theatro Municipal, ícone da arquitetura neoclássica, referência para música e dança. Essa experiência demonstrou que sem familiarizar as futuras professoras com os espaços do patrimônio cultural, torna-se pouco provável que as mesmas, ao se iniciarem na vida profissional, consigam ampliar os referenciais culturais de seus próprios alunos.
Referências
ADORNO, T. W. Educação e emancipação. 2ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000.
ADORNO, T. W. Introdução à sociologia da música. São Paulo: Unesp, 2011.
ARAÚJO, C. M. e OLIVEIRA, M. C. S. L. Contribuições de Bourdieu ao tema do desenvolvimento adolescente em contexto institucional socioeducativo. Pesquisas e Práticas Psicossociais. São João del-Rei, julho/dezembro/2014.
BOURDIEU, P. A economia das trocas simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 1974.
NOGUEIRA, M. A. A formação cultural de professores ou a arte da fuga. Goiânia: UFG, 2008.
SNYDERS, G. A escola pode ensinar as alegrias da música? São Paulo: Cortez, 1992.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte (por favor, veja a Licença Creative Commons no rodapé desta página).