PATRIMÔNIO EDUCATIVO IMATERIAL: RELATOS DE MESTRES PIFANEIROS SOBRE APRENDIZAGENS INICIADAS NAS INFÂNCIAS

Palavras-chave: Educação musical. Patrimônio educativo imaterial. Pífano.

Resumo

O objetivo deste artigo é compreender as práticas educativas de mestres pifaneiros e suas relações e contribuições para o desenvolvimento de um patrimônio educativo imaterial. A partir de mapeamento bibliográfico e revisão de literatura, buscou-se aqui analisar estudos brasileiros já desenvolvidos que envolvem o movimento pifaneiro. A amostra final contou com quatro pesquisas, todas abordando uma aprendizagem musical de mestres pifaneiros iniciada ainda na infância. Os dados apontaram que os mestres pifaneiros foram inspirados pelos seus contextos sociais e, por meio de seus ofícios, auxiliaram na manutenção de suas tradições e contribuíram na formação musical das novas gerações. Observou-se também que, embora a arte do pífano vá ao encontro das definições de patrimônio imaterial do IPHAN, não se encontrou no site deste instituto menção ao registro de bandas de pífano como bens culturais. Isso pode indicar que estes grupos ainda carecem de mais incentivo e reconhecimentos por parte do governo.

Biografia do Autor

Camila Betina Ropke, Universidade Federal do Piauí

Doutoranda em Educação pela UFPI, professora do curso de licenciatura em música da UFPI. 

Ednardo Monteiro Gonzada do Monti, Universidade Federal do Piauí

Doutor em Educação pela UERJ, professor no Programa de Pós-graduação e da graduação em Música da UFPI. 

Alexandra Lima da Silva, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Doutora em Educação pela UERJ, Professora no Programa de Pós-graduação em Educação da UERJ. 

Referências

Referências
ALLSUP, Randall. Perspectivas Filosóficas da Educação Musical 1. Vórtex, Curitiba, v. 6, n. 1, p. 1–27, 2018.
ALMEIDA, Berenice de; PUCCI, Magda Dourado. Outras terras, outros sons. 3. ed. São Paulo: Callis, 2015.
BÂ, Amadou Hampaté. A tradição viva. In: KI-ZERBO, JOSEPH (org.). Metodologia e pré-história da África. Brasília: UNESCO, 2010. p. 167–212.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação. São Paulo: Editora Brasiliense, 1981.
CAMPOS, Lúcia Pompeu de Freitas. Tudo isso junto de uma vez só: o choro, o forró e as bandas de pífanos na música de Hermeto Pascoal. 2006. 146 f. Dissertação (Mestrado em Música) – Escola de Música, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2006.
CARVALHO FILHO, Gonçalo. Oficinas de pífano: recaatingar o sertão. Over Mundo, [s. l.], 10 ago. 2009. Disponível em: http://www.overmundo.com.br/overblog/oficinas-de-pifano-recaatingar-o-sertao. Acesso em: 30 set. 2019.
CORRÊA, Marcos Kröning. Discutindo a autoaprendizagem musical. In: SOUZA, Jusamara (org.). Aprender e ensinar música no cotidiano. Porto Alegre: Sulina, 2008.
DÍAZ, Carmen Agulló. La voz y la palabra de los “tesoros vivos”: fuentes orales y recuperación del patrimonio histórico-educativo inmaterial. Educatio Siglo XXI, [s. l.], v. 28, n. 2, p. 157–177, 2010.
DOMÍNGUEZ, Pablo Álvarez; MARTÍNEZ-VALCÁRCEL, Nicolás; GARCÍA-MARÍN, Ramón. El patrimonio cultural en los recuerdos del alumnado al finalizar el bachillerato en España: educación e identidad patrimonial. Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 9, n. 22, p. 198–235, 2017.
FERNANDES, José Nunes et al. A produção intelectual na revista da ABEM nos seus quinze primeiros anos: 1992-2006. In: FERNANDES, José Nunes (org.). Educação musical: temas selecionados. Curitiba: CRV, 2013. p. 269–284.
FERNANDES, José Nunes; PINHATI JUNIOR, Fernando Antonio. A produção do conhecimento na área da educação musical mas publicações da ANPPOM de 1989 a 2010. In: FERNANDES, José Nunes (org.). Educação musical: temas selecionados. Curitiba: CRV, 2013. p. 251–267.
FIGUEIREDO, Edson Antônio de Freitas. Controle e promoção de autonomia: um estudo com professores de instrumento musical. 2015. 185 f. Tese (Doutorado em Música) – Instituto de Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2015.
FONSECA, Maria Cecília Londres. Para além da pedra e cal: por uma concepção ampla de patrimônio cultural. In: ABREU, Regina; CHAGAS, Mário (org.). Memória e patrimônio: ensaios contemporâneos. Rio de Janeiro: DP&A, 2003. p. 56–76.
FONTERRADA, Marisa Trench de Oliveira. De tramas e fios. 2. ed. São Paulo: UNESP, 2008.
FRIPP, Robert. Foreword. In: GREEN, Lucy (org.). How popular musicians learn: a way ahead for music education. Hampshire: Ashgate, 2002. p. 238.
GREEN, Lucy. How popular musicians learn: a way ahead for music education. Hampshire: Ashgate, 2002.
GUERRA-PEIXE, César. Zabumba, orquestra Nordestina. Revista Brasileira de Folclore, Rio de Janeiro, v. 10, n. 26, p. 15–38, 1970.
INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL (IPHAN). Patrimônio Imaterial. IPHAN, Brasília, 5 dez. 2017. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/234. Acesso em: 25 nov. 2020.
LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos para quê? 12. ed. São Paulo: Cortez, 2010.
MENEGATTI, Bruno del Neri Batista. Soprando a gaita: bandas de pífano no sertão baiano. 2012. 150 f. Dissertação (Mestrado em Música) – Escola de Comunicação e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012.
MIGNOLO, Walter D. Colonialidade: o lado mais escuro da Modernidade. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 32, n. 94, p. 01, 2017.
NASCIMENTO, Joalline; VAZ, Lafaete. De apresentação para Lampião ao Grammy: Sebastião Biano completa 100 anos e segue dedicado ao pífano. G1, Recife, 23 jun. 2019. Disponível em: https://g1.globo.com/pe/caruaru-regiao/sao-joao/2019/noticia/2019/06/23/de-apresentacao-para-lampiao-ao-grammy-sebastiao-biano-completa-100-anos-e-segue-dedicado-ao-pifano.ghtml. Acesso em: 28 out. 2020.
PEDRASSE, Carlos E. Banda de pífanos de Caruaru: uma análise musical. 2002. 289 f. Dissertação (Mestrado em Artes) – Instituto de Artes, Universidade Estadual De Campinas, Campinas, 2002.
PEDROSA, Liliane. Renoir Abreu reúne folclore e erudito em CD. Meio Norte, Teresina, 18 jun. 2019. Disponível em: https://www.meionorte.com/entretenimento/artefest/renoir-abreu-reune-folclore-e-erudito-em-cd-364976. Acesso em: 30 set. 2019.
PENNA, Maura; MARINHO, Vanildo Mousinho. Ressignificando e recriando músicas: a proposta do re-arranjo. In: PENNA, Maura (org.). Música(s) e seu ensino. Porto Alegre: Sulina, 2012. p. 173–207.
PEREIRA, Marcus Vinícius Medeiros. Licenciatura em música e habitus conservatorial: analisando o currículo. Revista da ABEM, Londrina, v. 22, n. 32, p. 90–103, 2014.
PINTO, Vieira. Sete lições sobre educação de adultos. São Paulo: Cortez, 2013.
QUEIROZ, Luis Ricardo Silva. Traços de colonialidade na educação superior em música do Brasil: análises a partir de uma trajetória de epistemicídios musicais e exclusões. Revista da ABEM, Curitiba, v. 25, n. 39, p. 132–159, 2017.
RODRIGUES, Simone. Inicia contagem regressiva para Encontro de Folguedos. Governo do Estado do Piauí, 2 jun. 2004. Disponível em: http://www.ccom.pi.gov.br/materia.php?id=7664. Acesso em: 30 set. 2019.
SILVA, Alexandra Lima da; ORLANDO, Evelyn de Almeida. Memória e patrimônio na história da educação: possibilidades e desafios. Cadernos de História da Educação, Uberlândia, v. 18, n. 2, p. 425–444, 2019.
SILVA, Valéria Levay Lehmann da. Seu Zé, qual é a sua didática? A aprendizagem musical na oficina de pífano da Universidade de Brasília. 2010. 201 f. Dissertação (Mestrado em Música) – Programa de Pós-Graduação em Música, Instituto de Artes, Universidade de Brasília, Brasília, 2010.
SOUZA, Jusamara. Aprender e ensinar música no cotidiano: pesquisas e reflexões. In: SOUZA, Jusamara (org.). Aprender e ensinar música no cotidiano. Porto Alegre: Sulina, 2009. p. 7–12.
VANSINA, Jean. Metodologia e pré-história da África. In: KI-ZERBO, Joseph (org.). Metodologia e pré-história da África. Brasília: UNESCO, 2010. p. 139–166.
VELHA, Cristina E. Significações sociais, culturais e simbólicas na trajetória da Banda de Pífanos de Caruaru e a problemática histórica do estudo da cultura de tradição oral no Brasil (1924-2006). Dissertação (Mestrado em História Social) – Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.
WEICHSELBAUM, Anete Susana. Flauta doce em um curso de licenciatura em música: entre as demandas da prática musical e das propostas pedagógicas do instrumento voltadas ao Ensino Básico. Tese (Doutorado em Música) – Instituto de Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2013.
WEICHSELBAUM, Anete Susana. Propostas estruturadas a partir de coletâneas compostas para o jovem executante. In: WEICHSELBAUM, Anete Susana; WEILAND, Renate Lizana (org.). Educação musical coletiva: fundamentos e propostas de uma disciplina da EMBAP. Curitiba: CRV, 2017. p. 127–141.
Publicado
2021-04-14