ENSAIO POR UMA POLÍTICA ETNOGRÁFICA DO CONTÁGIO

Palavras-chave: Etnografia. Contaminação. Amazonas. Violência de Gênero. Fronteiras.

Resumo

Excertos de relatos de três jovens mulheres compõem a trama deste ensaio em que analiso a experiência do Observatório da Violência de Gênero no Amazonas, programa de extensão da Universidade Federal do Amazonas. Rizonete, Naiara e Janaína atuaram como bolsistas do Observatório e vivenciaram em suas trajetórias experiências de violência intrafamiliar. Refletir sobre o processo de formação e intervenção pública dessas estudantes e sobre o percurso no qual se forjaram antropólogas e feministas, sugere pensar os agenciamentos através dos quais elas construíram rupturas com as relações violentas vivenciadas; o modo como se reivindicaram sujeitos de direitos; e os sentidos atribuídos por elas às suas práticas, aos feminismos e à antropologia. Imiscuída às suas trajetórias por nossas histórias cruzadas, recorro a uma certa literatura antropológica, feminista e decolonial para descrever as condições que tornaram possível postular uma política etnográfica do contágio, o que provoca um radical reposicionamento no campo e a tarefa de redefinição das fronteiras da antropologia e da escrita etnográfica.

Biografia do Autor

Flávia Melo, Universidade Federal do Amazonas

Doutora em Antropologia pela Universidade de São Paulo, docente na Universidade Federal do Amazonas.

 

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Publicado
2021-01-25