MEMÓRIAS DA TRANSFIGURAÇÃO: REDIZENDO A FONTE GRANDE
Resumo
Meu avô paterno, Bininho/Benedito Brasileiro, jurou a quem quisesse o ouvir, que nunca deixaria de morar onde nasceu. Em 1949, vovô nasceu de parteira no alto da montanha que é o morro da Fonte Grande, lá onde há as últimas casas do bairro, local nomeado por nós (moradores) de Boca da Mata. Ali, onde com ele morei até o início de minha adolescência, é também o momento tempo-espacial, onde a fisicalidade dessa comunidade biótica transfigura-se para uma floresta ainda mais fechada, escura, úmida, quente e gelada. A Boca da Mata é um dos principais marcos geográficos do morro, para nós fontegrandenses, que anuncia outros momentos da montanha, outros momentos dessa Floresta Atlântica que nos acolhe desde o século XVII.
Referências
KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
SANTOS, Tiganá Santana Neves. A cosmologia africana dos Bantu-Kongo por Bunseki Fu-Kiau: tradução negra, reflexões e diálogos a partir do Brasil. Tese (Doutorado em Estudos da Tradução) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo. São Paulo, 2019.
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